"Seja qual for o seu sonho, comece. Ousadia tem genialidade, poder e magia."
Goethe
Goethe
- APergunta ao calvinista progressista
Élder Luís Magalhães:
Gostaria que ouvisses e visses o vídeo, e me falasses o que tu entendes e apreendes da sua visão peculiar e como a podes integrar na tua identidade calvinista. Por isso coloco a questão: o que o guru plasma em rhema "fala" a si ou é apenas "logos"?Diga a sua opinião com sua visão aberta.
Obrigada maninho,
só a sua opinião,
beijinhos...
Carregado por OSHOInternational em 29/08/2009
Evolução pressupõe que a criação não está completa, daí a possibilidade de evoluir. Charles Darwin está dizendo que a criação é um processo em curso, que a existência é sempre imperfeita, que ela nunca será perfeita, somente então ela poderá continuar evoluindo, alcançando novos picos, novas dimensões, abrindo novas portas, novas possibilidades.
Antes, chaverá, Nilce, esta informação: Sobre o diálogo inter-religioso
por ANSELMO BORGES
Aquestão do diálogo inter-religioso volta constantemente, também por causa da paz. Actualmente, a religião mais perseguida é o cristianismo.Para esse diálogo, há pressupostos essenciais.1. Religioso e Sagrado não se identificam. Trata-se de realidades distintas: religioso diz respeito ao pólo subjectivo, isto é, ao movimento de transcendimento e entrega confiada por parte das pessoas religiosas ao pólo objectivo, que é o Sagrado ou Mistério, a que todas as religiões estão referidas, configurando-o a seu modo.2. Questão decisiva é a da revelação. A pergunta é: como sabem os crentes que Deus falou? Mediante certas características - por exemplo, a contingência radical, a morte e o protesto contra ela, a esperança para lá da morte, a exigência de sentido último -, a própria realidade, sempre ambígua, mostra-se ao crente co-implicando a Presença do Divino como seu fundamento e sentido últimos. Como escreve A. Torres Queiruga, "não se interpreta o mundo de uma determinada maneira porque se é crente ou ateu, mas é-se crente ou ateu porque a fé ou a não crença aparecem ao crente e ao ateu, respectivamente, como a melhor maneira de interpretar o mundo comum".3. A leitura dos livros sagrados não pode ser de modo nenhum literal, mas histórico-crítica. Por outro lado, se toda a religião tem como ponto de partida e de "definição" esta pergunta essencial: o quê ou quem traz libertação e salvação?, a libertação-salvação total é que constitui o fio hermenêutico decisivo para a interpretação correcta dos livros sagrados na sua verdade final. Só a esta luz é que eles são verdadeiros.4. Condição essencial para a paz é a separação da(s) Igreja(s) e do Estado. Só mediante a neutralidade religiosa do Estado, é possível a garantia da liberdade religiosa de todos os cidadãos sem discriminação. Mas a laicidade não significa de modo nenhum que o Estado e a(s) Igreja(s) não possam e devam colaborar.O diálogo inter-religioso assenta em quatro pilares fundamentais.1. Todas as religiões, desde que não só não se oponham ao Humanum, mas, pelo contrário, o afirmem e promovam, são reveladas e verdadeiras. Desde sempre Deus procura manifestar-se e comunicar-se a todos. Assim, em todas as religiões há presença de revelação e, portanto, de verdade e santidade. Precisamente porque todas são reveladas, mas no quadro de interpretações humanas, todas são também simultaneamente verdadeiras e falsas, precisando de autocrítica.2. As religiões são manifestações e encarnações da relação de Deus com o homem e do homem com Deus. Elas estão referidas, isto é, em relação com o Absoluto, mas elas próprias não são o Absoluto. O Absoluto não pode ser possuído ou dominado pelo homem. Quando o homem fala de Deus, está sempre a falar do Deus dito por ele e não, embora referido a ele, do Deus em si mesmo.3. Se as religiões não são o Absoluto, embora referidas a ele, as pessoas religiosas devem dialogar para melhor se aproximarem do Mistério divino absoluto já presente em cada religião, mas sempre transcendente a cada uma e a todas.4. Paradoxalmente, o quarto pilar afirma que do diálogo inter-religioso fazem parte também os agnósticos e os ateus, pois o que, antes de mais, nos vincula a todos é a humanidade, concluindo-se, assim, que os agnósticos e os ateus são aqueles que, por estarem "de fora", talvez melhor possam aperceber-se da inumanidade, superstição e idolatria, que tantas vezes afectam as religiões históricas.Antes de sermos crentes ou não crentes, estamos vinculados pela humanidade comum e é pela sua realização plena em todos os homens e mulheres que devemos estar unidos. Critério essencial da verdade de uma religião é, pois, o seu compromisso com os direitos humanos e a realização plena do ser humano. O respeito pelo outro, crente ou ateu, e a salvaguarda da criação, não são algo acrescentado à religião, mas suas exigências intrínsecas.
Continuo a réplica à sua interessante proposta:
1. No livro “O Grande Desígnio”, Stephan W. Hawking e L. Mlodinow apresentaram a única candidata viável a uma completa “teoria de tudo”. A conclusão destes físicos famosos é eufórica, mesmo faltando ainda provar o modelo de um universo que se cria a si próprio: “ a Teoria M é a teoria unificada que Einstein esperava encontrar. O facto de nós, seres humanos, que somos nós próprios colecções de partículas fundamentais da Natureza, termos sido capazes de nos aproximarmos tanto de uma compreensão das leis que nos regem e que regem o nosso universo constitui um grande triunfo. Porém, talvez o verdadeiro milagre seja que considerações de lógica abstracta possam conduzir a uma teoria única que prevê e descreve um vasto universo repleto da espantosa diversidade que observamos. Se for confirmada pela observação, a teoria será a feliz conclusão de uma busca que dura há mais de 3000 anos e nós teremos descoberto o grande desígnio.”
BENTO DOMINGUES, opSem teoria de tudoBento Domingues . Frade da Ordem dos Dominicanos, teólogo, professor, escritorS. Hawking, nomeado por João Paulo II, em 1986, membro da Pontifícia Academia das Ciências, no livro “Breve Historia do Tempo”, ainda não tinha dispensado o Criador do universo, embora já estivesse convencido que "se nós descobrirmos uma teoria completa... então nós conheceríamos a mente de Deus". Agora, com a Teoria M, Deus é dispensado da obra da Criação e do recurso embaraçoso aos Milagres. Espero que Deus lhe agradeça este alívio e que certos teólogos não se aborreçam de ficarem desempregados. Ficam com mais tempo para a “desconstrução” de conceitos idolatrados.Por mim, gosto que Deus tenha sido desatado das provas ou vias que nunca se sabia onde iam dar e passe a ser invocado e louvado como mistério da pura gratuidade do Amor, tão celebrado por S. João. Aleluia!2. Não me importa nada que na Física se procure “a teoria de tudo”, mas não gostaria que o modelo transitasse para outros campos e, sobretudo, para as práticas sociais, éticas, políticas e religiosas. As vítimas de certezas absolutas e de previsões pseudocientíficas de progresso infinito já foram tantas, que talvez seja aconselhável alguma modéstia. A Sabedoria não é inimiga da ousadia, mas cultiva o sentido da boa medida. A boa medida não é o abandono à mediocridade. Todos os impérios foram e são filhos da loucura que tudo sacrificam por amanhãs que cantam. Ser grande, tornando os outros pequenos, é preparar a própria ruína. No entanto, ainda vai levar tempo a compreender que dominação não é poder. O verdadeiro poder é uma especial capacidade de servir, de tornar as pessoas mais pessoas e não as reduzir a números ou mercadorias. Os seres humanos não podem ser usados como meios. Não têm preço, têm dignidade a respeitar e a promover. Reduzi-los a mercadoria é praticar, de forma clara ou encapotada, a escravatura e rasgar a célebre Declaração dos Direitos Humanos.É duvidoso que hoje, na conjuntura em que nos encontramos, fosse possível obter o mesmo consenso que teve a seguir à II Guerra Mundial. Quando, porém, se vê o que está a acontecer em diversos países, é difícil falar de primavera árabe. Assistir ao que se está a passar na Grécia – com consequências em toda a Europa- é legítimo perguntar se foi escolhido o bom caminho para enfrentar uma crise de várias dimensões. A sabedoria política foi trocada por ajustes financeiros completamente desajustados às características de cada país e aos interesses do conjunto da Europa. Transformar as medidas financeiras em “teoria de tudo” é arriscar-se a dar cabo de tudo.Depois de tantos tratados para realizar a UE, em vários países já se discute se poderemos viver juntos. Havia alguma predisposição para dizer que sim. A imigração dos anos 60 e 70 do século passado, em condições lastimáveis, misturou, apesar de tudo, os europeus e não só. No entanto, o que foi feito para que todos sentissem que a Europa também era sua e tarefa de todos, a nova pátria comum? Sem pluralismo vivido em diálogo de cidadãos, de povos e culturas diferentes, crescem os guetos e os movimentos nacionalistas.3. O desígnio da Igreja é universal, mas passaram-se décadas a sublinhar as raízes cristãs da Europa. Com razão. É verdade que as Igrejas, depois da separação no século XVI, não deram bons exemplos de respeito mútuo e de colaboração. Até à guerra recorreram. Cada uma pensava que tinha a “teoria de tudo” acerca de Deus, da verdadeira Igreja e do mundo.Já não estamos aí, mas o movimento ecuménico continua muito anémico e incapaz de desenhar um programa comum para a proclamada Nova Evangelização.50 anos depois do Vaticano II, muita gente se queixa de que a união da Igreja Católica não é procurada nem promovida pelo respeito do pluralismo e do diálogo, mas pelo centralismo e pela exclusão das vozes e dos movimentos discordantes. Em vez de uma Igreja de todos e para todos, desenvolvem-se esquemas, preceitos e medidas que levam à pergunta: E nós, deixamos de ser Igreja?Os movimentos cristãos dispõem de uma energia espiritual, de uma experiência junto dos mais pobres, dos doentes e dos excluídos, que devem contagiar aqueles que têm a “teoria de tudo”, mas não sujam as mãos na acção concreta.Público, 13 de maio de 2012
Por: Marcelo Di Shaday
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