JESUS E AS RELAÇÕES DO MESMO SEXO
Jesus
em
Mateus 8:5-13
e
Lucas 7: 1-10,
encontra-se
com o
centurião fiel.
Do encontro com ele, o Rabbuni inclusivo e compassivo, cura o seu "pais"."Pais" é uma palavra grega traduzida às vezes como "escravo" "servo". Jesus concorda com o seu pedido de ajuda e afirma que irá à sua casa, mas o centurião diz-lhe o quão indigno é, que não merece ter Jesus debaixo do seu tecto, e que tem fé suficiente para acreditar nas palavras de cura que são proferidas da sua boca, que a cura será alcançada. Jesus louva a fé deste militar de alta patente (oficial, um centurião), e o seu pais é curado. Este conto ilustra o poder e a importância da fé, e de quem a possui.O centurião não é um judeu, entretanto ele tem fé em Jesus e foi galardoado. Mas a palavra "pais" não significa "servo". Significa "amante". Em Tucidides, em Plutarco, em inúmeras fontes gregas, e de acordo com o eminente erudito de grego Kenneth Dover, pais significa o parceiro júnior (o mais novo) numa relação do mesmo sexo. Agora, isto não é exactamente um matrimónio de iguais. Uma relaçao "erastes-pais" geralmente consiste na presença de um "homem" mais velho, frequentemente um soldado entre as idades dos 18 e dos 30, e um jovem adolescente, geralmente entre as idades dos 13 até aos 18. Ás vezes este adolescente foi um escravo, como parece ser o caso aqui.É inapropriado, na minha visão, o uso da palavra "gay" para descrever esta relação; esta palavra, e as suas muitas conotações, no nosso tempo, não reflectem o espírito da Antiga Grécia e de Roma. Esta não é uma relação que qualquer activista LGBT poderia promover hoje.Entretanto, não deixa de ser uma relação do mesmo sexo. (Basicamente é também o mesmo do já conhecido "soldado/ aquele que carrega as armas do seu superior", dentro do modelo de David e de Yonatan [o nome significa que Yahweh deu ou o presente de D'us.]) Mas voltemos à narrativa. E qual foi a resposta de Jesus? Será que ele cuspiu na face do centurião por ele se ter atrevido a sugerir que curasse o seu soldado amante? Dificilmente. O Senhor reconhece a relação deles e realiza um acto de graça. Agora, será que a palavra "pais" realmente significa somente "servo"? Existem muitas razões para pensarmos o contrário, que não faz muito sentido. Primeiro, nunca esperaríamos que um centurião romano intercedesse, mais, que rogasse (parakaloon), em nome dum mero servo ou escravo. Segundo, enquanto Lucas refere-se ao jovem como "doulos" (escravo), o centurião especificamente chama-o um "pais"; isto fortemente sugere que a distinção é importante. Terceiro, nós sabemos que a relação íntima erastes-pais era uma prática comum entre os soldados romanos, que não tinham autorização para trazerem esposas, e cuja vida foi padronizada no modelo dos soldados-amante s. Se "pais" apenas significa "servo", nada disto faz sentido. Se eu e dezenas de outros escoliastas, eruditos, exegetas estivermos correctos, isto é um acto radical. Jesus estendeu a sua mão não somente ao centurião mas também ao seu parceiro. Em adição ao silêncio de Jesus sobre a homossexualidad e em geral (ele nunca menciona intimidade do mesmo sexo, nem uma só vez, apesar da prevalência no seu contexto social), um silêncio ensurdecedor, Ou, melhor, ele não hesitou em sarar o soldado-amante. Tal como não teve problemas em incluir antigas prostitutas no seu círculo próximo.
O
envolvimento
de Jesus
com
cuja conduta
ofende a moral sexual,
ainda hoje é uma afirmação
de inclusão radical, e das suas próprias
prioridades para a vida espiritual.
Também ajuda a pensar numa distinção útil para aqueles que podem estar a lutar com o casamento do mesmo sexo, como acto religioso, mas que, ao mesmo tempo, querem que os seus membros de família safistas (lébicas) ou gays, amigos e membros da sua comunidade, possam não ser vítimas de descriminação. Jesus não estava a conduzir (a acolher claramente) um casamento do mesmo sexo. Mas ele reconhecia uma relação socialmente aceita entre os goys (gentios).Da mesma forma, os cristãos e judeus, hoje, que possam não estar preparados para celebrar casamentos do mesmo sexo nas suas igrejas e sinagogas, podem e devem promover ("endorse") o casamento civil em igualdade de direitos, na esfera pública. Num contexto diferente, isto foi o que fez Jesus (Yoshke, Yeshua) há mais de 2.000 anos.Para mais informações sobre a relação do mesmo sexo entre o centurião e o seu amante, vide:Theodore Jennings, The Man Jesus Loved (Cleveland: Pilgrim Press, 2009): 131-44Rick Brentlinger, Gay Christian 101, 193-221 (and online)The Jesus in Love blogJack Clark Robinson, "Jesus, the Centurion, and his Lover," Gay and Lesbian Review, 70 (2007)Jeff Miner and John Tyler Connoley, The Children Are Free, 46-51. »» O padre Carreira das Neves, um exegeta católico, afirma: ""O ser homossexual não é pecado nenhum. O ser homossexual é como ser heterossexual, isto depende da ciência. O problema é o pecado. Portanto se, porventura, como exemplo, há um assédio, isso é pecado."
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