Fernando Durães > Debates teologicos
Este é o texto mais adulterado da versão portuguesa da Escritura Hebraica. Far-se-á uma análise de alguns trechos considerados de maior gravidade. Este trecho é comumente conhecido, como se referindo ao “servo sofredor”, associado durante muitos anos no judaísmo a figura do Messias, como bem demonstra alguns targumim5 e trechos do Talmud. Houve uma mudança de ponto de vista hermenêutico (interpretativo ), na estrutura do judaísmo da idade média, tendo em vista prevenir a associação da figura de Yeshua/ Jesus com este texto.
5 Targumim, plural de “targum” (tradução) - Traduções interpretativas judaicas do hebraico para o aramaico.
Houve um consenso rabínico de se procurar uma interpretação alternativa a Yeshayahu /Isaías 53, ao invés de associá-lo ao Messias. Yeshayahu/ Isaías 52:13 que começa na Escritura Hebraica em português como: “Eis que há de prosperar Meu servo (o povo de Israel)...” Deixa óbvia a interpolação entre parênteses e proposta de associação entre o “servo” com o “povo de Israel”, descaracterizan do o caráter messiânico da profecia. Estranho, para uma versão que se propõe manter seus vínculos com a tradição, ignorar como o Targum Jonatas (Yonatân) traduz o começo do texto: “Eis que o meu servo o Messias (o Ungido), há de prosperar...”. Em Yeshayahu/ Isaías 53:4 a Escritura Hebraica em português propõe a seguinte tradução: “Na verdade, eram os nossos sofrimentos (das nações) que (Israel) suportava, e as dores que o oprimiam, mas nós o considerávamos um ser aflito, golpeado e ferido por D’us”. Veja a diferença, na tradução interlinear (literal) no quadro abaixo:
`hN<[um.W ~yhil{a/ hKemu [;Wgn" WhnUb.v;x] Wnx.n:a]w: ~l'b's. Wnybeaok.m;W af'n" aWh WnyEl'x\ !kea'
Achên [certamente] chalayênu [nossas enfermidades] hú [ele] nassá [levou] umachovêinu [e nossas dores] sevelêm [carregou] vaanáchnu [e nós] chasháv’nehú [o julgamos] nagúa [golpeado] muké [ferido] elohim [de D’us] umuné [e oprimido].
Não há, obviamente nem “Israel” e nem as “nações” no texto original. Mas, observe que o tradutor colocou “... as dores que o oprimiam...”. Associando assim a “dor” à 3ª pessoa (ele), como se o texto estivesse associando “as dores” ao sujeito descrito no texto, que para a versão é “Israel”. Mas, no original não é bem assim. O que se vê é o uso da expressão “umachôvêinu” wnybakmw que está na 1ª pessoa do plural (nós) como indica o sufixo ”einu”. O texto está dizendo que “ele” (o servo sofredor – o Messias) levará as “nossas dores”, ou seja, as dores do povo de Israel e não o contrário, como se Israel carregasse em si suas próprias dores.
Uma curiosidade sobre este trecho é que na tradição judaica, anterior à idade-média, este era interpretado como se referindo ao Messias, como descreve o Talmud: "Disse Rav: O mundo foi criado só para David. Disse Shemuel: Para Moisés. Disse o Rabi Yochana: Para o Messias. Como se chama o Messsias? (...) Se chama "o leproso da casa dos estudos" - disseram os rabinos - porque disse o escrito: CERTAMENTE ELE LEVOU AS NOSSAS ENFERMIDADES, E SOFREU NOSSAS DORES; E NÓS O REPUTAMOS POR FERIDO DE D'US E OPRIMIDO (YESHAYAHU\ISAÍ AS 53)" (Talmud Babilónico, Tratado San'hedrim 98a).
Tu e Netzer Netzarim gostam disto.
Anildo Correia
Gostei , já debati com o Eliezer Abensur, sobre isso, mas ele quis, me enrolar, dizendo que a versão dele é a mais correta.
Gostei , já debati com o Eliezer Abensur, sobre isso, mas ele quis, me enrolar, dizendo que a versão dele é a mais correta.
Joseph Jacob Yossef Ben Yaacov
O Eliezer só conhece o talmud e o zohar desde criança. o tanach para ele, é um livro a ser explorado.
O Eliezer só conhece o talmud e o zohar desde criança. o tanach para ele, é um livro a ser explorado.
Fernando Durães
O ELIEZER SABE MESMO É DE GNOSTICISMO, REENCARNAÇÃO E DE TUDO RELACIONADO AO OCULTISMO JUDAÍSTA!
O ELIEZER SABE MESMO É DE GNOSTICISMO, REENCARNAÇÃO E DE TUDO RELACIONADO AO OCULTISMO JUDAÍSTA!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Shalom! Welcome to CAV Reformed Theology
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.