INTERNAUTA PERGUNTA:
Oi, Manuel.
O que seria "profetizar" no contexto de 1Coríntios 11:4,5? Seria "falar" sobre a Palavra de Deus?- Manuel Magalhães
Ponto 1: Os rabinos afirmam que a profecia acabou no seu uso ordinário. No seu uso estraordinário, só as criancinhas e os loucos profetizam. Por isso os loucos e as criancinhas são vitais à escatologia.
http://schlemielintheory.com/2013/02/20/the-schlemiel-as-prophet-take-1/ - 6:38Manuel Magalhães
O rabino Yosef Mizrachi fala disso... 1º de forma ímplicita: https://www.youtube.com/watch?v=_XmwKrcA8kI&list=PLfKE_mDOlPF8de0ODgLXwFVpkAxKMEFGA&index=3 - 6:43
- 6:53Manuel Magalhães
3ºb - O rabino Yosef Mizrahi fala da profecia das religiões que o HaShem detesta, i.e., das suas teologias. A religião da madeira (Cruz) e de pedra (kaaba, Ka'bah). No cristianismo também se condena o conceito da cruz, o ato sacrificial humano. Um grande teólogo, de nome Anselmo Borges, comenta isso: "Sempre me admirou o facto de, perante a imagem de Jesus crucificado - queiramos ou não, é uma imagem de horror -, mesmo as crianças não entrarem em sobressalto emocional negativo. A partir do que sempre lhes foi ensinado, interiorizaram que ali está o amor. Jesus morreu como testemunha da verdade e do amor.
Um número incontável de homens e mulheres, nos 2000 anos de cristianismo, olharam para aquele crucificado e, no meio do seu sofrimento e angústia, nos becos sem saída da vida, perante os horrores brutos do mundo e da existência, receberam luz, esperança, alívio, inspiração.
Desgraçadamente, não foi só isso. Com Constantino, a cruz tornou-se sinal de poder e vitória do Império. Utilizou-se a cruz de Cristo para humilhar e matar nas Cruzadas. Na época dos Descobrimentos, a cruz acompanhou a espada nas conquistas e destruição de civilizações inteiras. Lá estava presente nas condenações da Inquisição. O filósofo Hans Blumenberg sugeriu que o cristianismo morreu na Europa quando Giordano Bruno, em 1600, na iminência de ser queimado vivo, cuspiu na cruz que o frade lhe apresentou para beijar, mas também há quem observe - com mais razão, creio - que cuspiu para o frade, representante da Igreja inquisitorial, e não para a cruz. Durante séculos, bispos, cardeais, papas, escarneceram da cruz de Cristo, usando triunfalmente ao peito cruzes de ouro, com pérolas e diamantes. E o que é mais: pregou-se que Jesus foi crucificado, porque Deus precisava do seu sangue para aplacar a sua ira. Transformou-se assim o Deus-amor num Deus sanguinário, vingativo, cruel e sádico. Para manter a dignidade, perante esse Deus, só se pode ser ateu.
Em face da cruz de Cristo, é-se confrontado com o calvário do mundo. Quem crê no destino fatal ou tem uma concepção dualista não se põe a questão com a acuidade dramática de quem acredita no Deus transcendente, criador e bom: porque é que Deus não impede o mal no seu horror? A História do mundo é verdadeiramente uma ecúmena de sofrimento: assassinatos, guerras, violência, fracassos no amor e na profissão, doenças, fome, humilhações, torturas, falta de sentido, traições..., no fim, a morte. Também a dor dos animais. Mas sobretudo o sofrimento das crianças e a condenação dos inocentes. Hegel referiu-se à História como um Schlachtbank: um açougue ou matadouro.
A história da filosofia está atravessada por tentativas de teodiceia: na presença do mal, justificar Deus racionalmente. Mas Kant referiu-se ao fracasso de todas as tentativas de teodiceia. Onde estava Deus em Auschwitz, por exemplo, ou no Haiti, na Madeira...? O mal aparece como "rocha do ateísmo"." - 6:54Manuel Magalhães
"Perante o mistério impenetrável de Deus e do mal, o crente cala. Como Job, na Bíblia, tem o direito de gritar, de protestar, de revoltar-se contra um Deus que lhe parece cruel: "Clamo por ti, e Tu não me respondes; insisto e não fazes caso. Tornas-te cruel comigo." Mas, depois, cala-se e entrega-se confiadamente. A última palavra ainda não foi dita e espera que pertença ao Deus da misericórdia.
Aliás, na sua última obra, Was ich glaube (A Minha Fé), resultado de uma série de lições, aos 80 anos, na Universidade de Tubinga, a cada uma das quais assistiram mil pessoas, pergunta o teólogo Hans Küng: "O ateísmo explica melhor o mundo? A sua grandeza e a sua miséria? Como se também a razão descrente não encontrasse o seu limite no sofrimento inocente, incompreensível, sem sentido!"
Também Jesus, no Gólgota, foi confrontado com o abandono dos homens e de Deus. E, naquele abismo, gritou aquela oração que atravessa os séculos: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?"
Aparentemente, foi o fim. Pouco depois, os discípulos reencontraram-se a partir de uma experiência avassaladora de fé: Jesus, o crucificado, não caiu no nada, mas vive em Deus para sempre. Sem esta fé, que testemunharam até ao martírio e que mudou a História, não haveria cristianismo." - 6:56Manuel Magalhães
Mas sobre a "cruz e o sacrifício" ele afirma: "Nas religiões, oferece-se sacrifícios à divindade - frutos, comida, animais, seres humanos -, para aplacá-la, agradecer, expiar os pecados, atrair bênçãos. A refeição sacrificial cultual criava relações de comunidade dos participantes com a divindade e entre si. Mas desgraçados dos seres humanos que foram oferecidos em sacrifício! Teria sido melhor não terem conhecido a religião. E que Deus seria esse que precisasse dos sacrifícios, sobretudo quando isso implicava a morte de homens ou mulheres?" - 6:56Manuel Magalhães
"A Bíblia, concretamente na sua linha profética, verberou os sacrifícios. Oseias põe na boca de Deus estas palavras: "Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais do que os holocaustos." E Amós: "Eu conheço as vossas maldades e a enormidade dos vossos pecados. Sois opressores do justo, aceitais subornos e violais o direito dos pobres no tribunal. Eu detesto e rejeito as vossas festas. Se me ofereceis holocaustos, não os aceito nem ponho os meus olhos nos sacrifícios das vossas vítimas gordas. Antes, jorre a equidade como uma fonte, e a justiça como torrente que não seca." E o profeta Isaías escreve: "De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? - diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros, de gorduras de bezerros. Não me agrada o sangue de vitelos, de cordeiros nem de bodes. Quando me viestes prestar culto, quem reclamou de vós semelhantes dons, ao pisardes o meu santuário? Não me ofereçais mais dons inúteis. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas."
Jesus retomou a palavra profética de Oseias: "Ide aprender, diz o Senhor, o que significa: 'Prefiro a misericórdia ao sacrifício'." Ele enfrentou profeticamente a casta sacerdotal e expulsou os vendilhões do Templo, tendo sido este acontecimento determinante para a sua condenação à morte na cruz, na sequência de uma coligação internacional - Jerusalém e Roma -, com interesses sacerdotais, económicos e políticos ameaçados.
Afinal, um Deus que precisasse de sacrifícios era um Deus pior do que os seres humanos, quando vivem uma humanidade boa e feliz. Que pai ou mãe quer que os filhos andem de joelhos ou de rastos diante deles e lhes ofereçam sacrifícios?
O sofrimento pelo sofrimento é inútil e deve-se combatê-lo, bem como às religiões doloristas que pregam o sofrimento como agradável a Deus e a via mais directa para o céu. Deus não precisa nem quer sacrifícios. Deus, que é amor, quer amor e justiça para todos, dando preferência aos marginalizados e aos pobres. Mas cá está. A prática do amor e da justiça, a contribuição real para uma sociedade boa e justa e mais feliz implicam capacidade de sacrificar-se. Agora, porém, é diferente: não se trata do sacrifício pelo sacrifício, mas das melhores causas da vida, que inevitavelmente exigem renúncia, entrega, doação. Aqui, o sacrifício surge em toda a sua dignidade, dita já no étimo latino: sacrum facere - tornar sagrado. Não há amor nem obra grande nem salvaguarda da humanidade na sua dignidade, sem a disposição para sacrificar-se pelo melhor. Quem ousa então ir até ao fim, superando os obstáculos do egoísmo e da preguiça e da mesquinhez e da opressão e entregando-se à realização da humanidade de todos os homens, faz algo de sagrado, torna o mundo humano e sagrado." - 6:59Manuel Magalhães
"A religião pode ser, tem sido e é, de facto, uma coisa e outra. Quando esmaga o ser humano, quando em nome de Deus se mata ou se impede a crítica ou o desenvolvimento das pessoas, quando em seu nome se cometem injustiças, aí a religião é opressora. E também oprimiu quando trouxe medos, com coisas como o inferno, com o impedimento da alegria a nível sexual, todo esse universo de pânico. Mas, pela sua própria dinâmica, ela é libertadora. Toda a religião arranca desta pergunta: o quê ou quem liberta e salva? Na sua raiz, ela só pode entender-se enquanto força de liberdade e libertação." - 7:01Manuel Magalhães
"O que levou Jesus à morte foi a religião oficial dos sacrifícios, que explorava o povo. Jesus enfrentou-se fundamentalmente com o sacerdócio do Templo, pois Deus dizia: "Eu não quero sacrifícios, quero misericórdia." Jesus veio anunciar um Deus de amor, não precisa de sacrifícios. As religiões estão assentes no sacrifício. Jesus enfrentou o sacerdócio do Templo e essa foi uma das causas da sua morte. A outra foi que ele morreu como subversivo, como alguém que subleva a ordem social e política injusta. Encontramos aqui a mensagem nuclear de Jesus, que o leva à morte: um Deus de amor, que não precisa dos sacrifícios e que quer que todos os homens e mulheres se amem, que haja justiça e fraternidade no mundo. A Igreja recuperou, neste sentido, algumas das causas da morte de Jesus: um Deus que mete medo e aterroriza. E nem sempre dentro da Igreja reina a verdade limpa e honesta da transparência e da justiça: pense no Vaticano e na Cúria Romana.
É um Deus imoral que provoca o aparecimento do ateísmo, como sugere em vários dos textos do livro Janela do (In)visível?
Um deus que mete medo, que humilha as pessoas e impede a sua alegria, que leva à violência e à guerra, é um deus em relação ao qual só há uma atitude digna: ser ateu. O mesmo se diga da doutrina que diz que Deus precisou da morte do Filho para aplacar a sua ira. Este deus seria pior que eu, é imoral, porque mata a vida, quer o sangue do Filho, precisa de vítimas. Isso é absolutamente intolerável. Um Deus que exige o sangue das vítimas é o Deus da vingança. Ora, se Deus se vinga, nós também podemos vingar-nos, podemos ir para a guerra. O Deus que Jesus anunciou constituiu uma revolução. Jesus não veio anunciar que há Deus, porque Deus nesse tempo era uma evidência social. O núcleo da sua mensagem é que Deus é amor. Esta é que é a notícia boa e felicitante do Evangelho. Ora, o que a Igreja pregou muitas vezes, ao longo dos tempos, foi uma má notícia, o "disangelho", no dizer de Nietzsche.
O que explica uma parte do ateísmo. Mas, em muitos dos seus textos, tem uma visão positiva do ateísmo.
Sim. Ai de nós se não houvesse ateus que sabem o que isso quer dizer..." - 7:08Manuel Magalhães
4º - A grande categoria religiosa é o sagrado, o mistério. O sagrado é o referente de todas as religiões. Se não houvesse experiência do sagrado, do mistério, as religiões não teriam lugar. Mas isso não implica a sacralização dos sacerdotes para oferecer sacrifícios. O Novo Testamento grego ou na sua leitura em hebraico (absolutamente judaica, Brit Chadashá, pode aceder aqui: http://www.judaismodaunidade.com.br/traducao-confiavel-da-brit-hadasha-2) evitou a palavra "hiereus", que significa sacerdote. Na Igreja primitiva, fala-se em ministérios e não em sacerdotes. [Esta é a minha visão e a de Anselmo Borges e de demais teólogos eminentes...] - 7:22Manuel Magalhães
5ª Existem duas visões no rabino Shaúl (Paulo) sobre profecia. Ele as menciona em duas das suas cartas. Efésios 4:11 e 1 Coríntios 14. Agora não devemos confundir a manifestação da profecia, falada em 1 Coríntios 14 com o ministério do profeta. Como está escrito em Efésios 4:11:
Efésios 4:11 "E ele deu uns como apóstolos, e outros como PROFETAS, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres "
O profeta em Efésios 4:11, creio eu, é diferente da profecia ou do profeta em 1 Coríntios 14. Embora ambos tragam uma mensagem de Deus, o propósito da manifestação em 1 Coríntios 14 é a fortificação, a exortação e a consolação da igreja local. O que eu quero dizer é que não é o propósito deste tipo de profecia de profetizar acerca de acontecimentos futuros ou o que poderá acontecer à nação ou de dirigir uma profecia pelo nome a uma pessoa específica. Tais profecias poderão ainda ser válidas. No entanto não é dessas profecias que se fala em Coríntios 14. Talvez hajam pessoas (loucos ou criancinhas) na igreja que possuem o ministério de profetizar no sentido de Efésios 4:11. Mas não é isso que quer dizer 1 Coríntios 14 quando fala acerca da profecia. Como está escrito em 1 Coríntios 14:5:
1 Coríntios 14:5 "Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis... "
O desejo do Paulo é que TODOS falem em línguas e ainda mais quer que TODOS profetizem. Como ele diz também no mesmo capitulo:
1 Coríntios 14:31 “Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez...”
e em 1 Coríntios 14:1 “Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar”
Nos TODOS podemos profetizar i.e. trazer uma mensagem de Deus para o fortalecimento, exortação e conforto destinada à igreja ou congregação messiânica local. Mas isto não significa que possuímos todos o ministério de um profeta no sentido de Efésios 4:11. No Corpo de Yeshua, alguns de nós (os loucos e as criancinhas) talvez tenham o dom do ministério de profetizar, mas não TODOS o têm (os outros ministérios também são necessários!) embora cada crente possa profetizar no sentido de 1 Coríntios 14 para a fortificação, a exortação e o conforto da igreja local. - 7:24Manuel Magalhães
Também, quando lemos 1 Coríntios temos de ter em consideração que o que Paulo chama encontros da igreja, eram na minha compreensão das escrituras, encontros nas casas particulares. Não existia nada como um auditório que servia para 500 até 5000 pessoas com um púlpito no meio e cadeiras viradas para o padre ou pregador. Pessoas perguntam como podemos ter na nossa igreja encontros como diz Paulo em 1 Coríntios 14? Falando em “encontro da igreja” eles referem se habitualmente aos encontros como são feitos hoje em dia. Nós tentamos, através da forma e da estrutura dos nossos encontros, ser congruente com o que Paulo diz. Mas precisamos de compreender o que Paulo ou o Novo Testamento definem como encontros da igreja tem muito mais haver com os nossos encontros em casas e a participação activa de todos do que com o nosso modelo dos serviços dominicais. Como está dito em 1 Coríntios 14:26:
1 Coríntios 14:26 “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.”
Na igreja do primeiro século a participação activa e espontânea de cada um dos crentes nos encontros era comum. Não era apenas permitido mas até esperado! “Cada um de vocês” diz Paulo. Cada uma deles levava aos encontros o que tinha: um salmo, um ensinamento, falar em línguas com interpretação, uma revelação. O propósito disto? O fortalecer do corpo dos crentes. Todos participavam com o que Deus lhes tinha dado. Não eram encontros secos ou aborrecidos, como acontece muitas vezes com os nossos encontros dominicais ou sabatistas. Nem eram monopolizados pelo mesmo membro do corpo como acontece hoje em dia e todos os outros crentes olhando passivamente como espectadores como no cinema. - 7:27Manuel Magalhães
As nossas congregações hodiernas também são barreiras para a profecia. Em dois sentidos académicos. - 7:30Manuel Magalhães
1º - Os especialistas criaram um rígido programa que tem a forma ou de uma liturgia formal onde a mesma pessoa, semana após semana faz a mesma coisa (vide a igreja católica ou ortodoxa) ou como na igreja protestante em que a forma se assemelha a um programa (também é uma liturgia) que diz: em primeiro lugar vamos cantar e depois o reverendo ou o pastor ou talvez um conjunto de outros vão rezar, a seguir temos o sermão e depois termina o encontro. Deve ser dito que em alguns outros encontros se deve antes falar ao pastor ou aos mais velhos para puderem avaliar se a mensagem vem de Deus, e depois permitem ou não a pessoa de a partilhar. Mas na igreja do 1º século, na igreja de que as epístolas falam, não era assim. Vamos ver o que Paulo diz:
1 Coríntios 14:29-31 “E falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados.”
Cada um podia levantar-se para profetizar (para fortalecer, exortar e confortar) e os outros avaliavam a mensagem. Era a norma, todos eram livres de o fazer e fazia - se! - 7:33Manuel Magalhães
2º - Profecia e Tipologia: Interpretação, Diferença e Aplicação (excelente!) Este texto trata da relação entre profecia e interpretação e de tipologia, a diferença entre tipologia e alegoria e limites para aplicar a tipologia. Autor: Jakob Van Bruggen - http://www.monergismo.com/textos/hermeneuticas/Jakob_Van_Bruggen_Profecia_Tipologia.pdf - 7:34Manuel Magalhães
Profecia e Línguas (muito bom!) Uma compilação dos melhores argumentos cessacionistas. Autor: Lee Irons - http://www.monergismo.com/textos/dons_espirituais/profecia_linguas_lee_irons.htm - 7:41Manuel Magalhães
2ºb - As profecias escatológicas devem ser vistas com muita reserva (mas permanecem em aberto, podem acontecer, mantenha-se vigilante). Na minha alma mater ensina-se uma visão pedagógica de responsabilidade, de maturidade. Eis como é plasmada: - 7:42Manuel Magalhães
O julgamento de D’us que virá condenar os opressores do “povo” é, segundo o emérito Professor Doutor Carreira das Neves (exegeta da Bíblia), um juízo diferente, presente dentre da HISTÓRIA, escondido nos acontecimentos. Os Mil Anos do hagiógrafo do Livro da Revelação (Apocalipse) no capítulo 20, que viriam a obcecar os crentes na “Segunda Vinda (Parúsia)” são outros. Mil anos na lógica simbólica significa uma história sem fim. Yeshua (Jesus) diz que quanto a esse tempo “nem os malachim (Anjos) nem o Filho sabem, só o Pai”. É uma maneira de dizer que isto é um mistério. Para este católico e franciscano sábio, um dos grandes escoliastas do tempo hodierno, de palavra viva e gestos firmes não há nenhuma Segunda Presença em perspectiva. Sorri e declina a crendice, do fundo da sua imensa sabedoria que é um prazer ouvir infinitamente. “Para nós cristãos, o Senhor (Adon) já veio. O mistério pascal resolve tudo. O problema é seguir os passos do Rabbuni (Yeshua, Jesus)”. »»
Allora Gesù gli disse: «Che vuoi che io ti faccia?». E il cieco a lui: «Rabbunì, che io riabbia la vista!»
E se somos cristãos deve-se a São Paulo. “São Paulo não conheceu o Jesus da história. Nas comunidades cristãs do início há dois grupos: os judeo-cristãos e os pagano-cristãos. Há os que estão ligados a Jerusalém, a Pedro e ao culto do templo – são os judeo-cristãos. Esses judeo-cristãos continuaram depois da queda de Jerusalém, no ano 70, e vieram até ao século IV-V AD. Mas quem vence, finalmente, é São Paulo, que vai pregar aos pagano-cristãos, que abre o cristianismo não apenas a judeus, mas também ao helenismo. E, no fundo, a todos nós.
Os cristãos são, pois, paulinos, mesmo sem o saberem… Sem São Paulo não estaríamos aqui a conversar. O Cristianismo seria uma seita, que talvez já tivesse morrido. Não teria universalidade.”
Fonte: Revista já extinta DNA e outros mídia - 7:47Manuel Magalhães
A visão judaica da escatologia encontra-se no minuto 38:29 e seguintes - https://www.youtube.com/watch?v=_XmwKrcA8kI&list=PLfKE_mDOlPF8de0ODgLXwFVpkAxKMEFGA&index=3 - 7:48Manuel Magalhães
A visão cristão pentecostal aqui: http://www.jba.gr/Portuguese/pdf/A-profecia-em-1-Corintios-14.pdf - 7:57Manuel Magalhães
Para concluir: Um eminente teólogo ensinou que se colocava efetiva e literalmente em oposição à teologia da "satisfação" que situava a Cruz "no interior de um mecanismo de direito lesado e restabelecido", e rejeitou a noção de um Deus "cuja justiça inexorável teria exigido um sacrifício humano, o sacrifício do seu próprio Filho. Esta imagem, apesar de tão espalhada, não deixa de ser falsa". Vide
| http://www.timesofisrael.com/when-abraham-murdered-isaac/ - 8:01Manuel Magalhães
Cito do link: "Deus, que Jesus proclamou como Amor, Liberdade Criadora, Fonte de Alegria e realização plena, acabou por ficar associado a tristeza, enfado, medo, castigo, vida tolhida, sentimento de culpa, juízo final, infantilismo.
Para esse «Disangelho», como lhe chamou Nietzsche, foi decisiva a infiltração da ideia de que Deus, para aplacar a sua ira e reconciliar-se com a humanidade, precisou da morte do próprio Filho na cruz.
E ai está um deus vingativo, cruel e monstruoso!
Mas, se Deus fosse vingativo e cruel, também nós, os seres humanos, poderíamos exercer vingança e crueldade." - 8:01
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