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28 Fev 2012 - 58 min
Enquanto estivermos nesta terra, nunca deixaremos de ter Dispensacionalistas e Aliancistas. Há até Dispensacionalistas Tradicionais e os Progressistas. No entanto, quando analisamos Jeremias 31.31, vemos que o Novo Concerto também é prometido a Israel. Em Cristo, conforme Gálatas 3.28:"Não há judeu, nem grego...". Acontece, entretanto, se Israel não tivesse rejeitado o Messias, certamente a respeito de como seria a Noiva do Cordeiro, trata-se de um mistério. O que passa disto é pura especulação. Melhor citação não há:
Deuteronômio 29, 29.
Como o principal fundamento do judaísmo é a noção de monoteísmo, muitos viram no cristianismo o enfraquecimento da ideia da unicidade de Deus. O Messias viria trazendo um tempo de paz e isto não ocorreu. Para os judeus a única maneira de se remover os pecados é pedindo perdão: os judeus buscam o perdão de Deus pelos pecados cometidos contra Ele; buscam também o perdão das outras pessoas pelo mal que cometeram contra elas. Para os judeus a lei judaica é insubstituível. Para os judeus não há inferno, todos serão salvos (judeus ou não), por isso não fazem proselitismo (e aí vai uma dose de medo de perseguição). Se não tivessem rejeitado Jesus mudariam estes conceitos e os novos ensinos permaneceriam circunscritos a um grupo étnico e a noiva seria composta apenas por pessoas deste grupo.
Iom Kipur, Dia da Expiação ou do Perdão, 10º dia de tishrei, marca a culminância dos 10 Dias de Penitência e é considerado um dos pontos máximos do calendário judaico. O jejum e a abstenção de todo prazer físico são uma expressão extrema da intenção de submeter a natureza material ao domínio do espírito. Embora sejam dias solenes, não são tristes, pois em Iom Kipur recebe-se o presente mais sublime de D-us: O seu perdão. Quando uma pessoa perdoa outra, é por causa de um profundo senso de amizade e amor, que não leva em conta o efeito de qualquer coisa errada que tenha sido feita. O perdão de D-us é uma expressão do seu amor incondicional. Quanto mais plenamente demonstrarmos a nossa união essencial agindo com amor e amizade entre nós mesmos, mais plenamente o amor de D-us se revelará.
Iom Kipur enfatiza os seguintes ensinamentos do judaísmo:
1. O pecado é uma fraqueza do homem e está sempre sob seu domínio, caso o homem deseje dominá-lo; não é obra de poderes malignos que tramam a decadência do homem.
2. O homem tem certeza de que seu Pai o receberá sempre bem e perdoará seus pecados, se ele realmente se arrepender.
3. Não existe nenhum intermediário entre Deus e o homem. Para que o homem seja perdoado basta que ele realmente se arrependa e se proponha a levar uma nova vida.
4. Deve-se pedir perdão ao próximo antes de pedir a D-us.
Teshuvá - Tefilá - Tzedaká
O credo judaico não reconhece o dogma do pecado original, pois considera o homem bom e puro por natureza e livre: Deus põe em suas mãos os meios de renovar-se sempre e indica os caminhos que levam à graça: teshuvá, tefilá e tzedaká.
Teshuvá - implica arrependimento, regresso. Não existe erro ou pecado que não possa se cancelar através da Teshuvá. Consiste em 3 etapas:1.Hakarat há’het=reconhecimento do erro; 2. Teshuvá =o arrependimento;3.Azivat há’het = não voltar a cometer o mesmo erro. Tefilá = reza, oração. Tzedaká = significa, ao mesmo tempo, justiça e caridade, porque no exercício da caridade realiza-se a justiça.
Leis e costumes de Iom Kipur
1. No dia anterior ao Iom Kipur, pela manhã, faz-se a cerimónia de kaparot, com um galo ou galinha.
2. Deve-se comer bem na véspera de Iom Kipur, assim como jejuar no dia seguinte. Ao entardecer, faz-se a última refeição, que deve ser de fácil digestão como carne de aves, que deve ser concluída antes do anoitecer.
4. É proibido comer, beber, lavar-se, barbear-se, calçar sapatos de couro, perfumar-se, etc.
5. Em Iom Kipur celebram-se serviços em memória dos mortos (Yzkor). Costuma-se realizar o Yzkor no último dia de cada Iom Tov (Pessah, Shavuot, Shemini Atseret). Porém em Iom Kipur é especial. Mesmo os que normalmente não frequentam a sinagoga fazem questão de ir. Eles vêm relembrar as almas dos seus queridos pais (ou avós ou outros parentes), que já se encontram no Olam haEmet (Mundo da Verdade).
Geralmente estas orações são feitas mais ou menos no meio de Iom Kipur.
6. A oração que inicia os serviços de Iom Kipur é o Kol Nidrei. O fim do jejum e doIom Kipur é marcado pelo toque do shofar após a Tefilá Nehilá.
7. Na oração min’há, além da leitura da Torá, lê-se o livro de Jonas, devido ao relato da teshuvá do povo em Nínive e para relembrar que os homens podem mudar seu destino e o Julgamento Divino através de uma Teshuvá sincera.
8. Em Iom Kipur fala-se o Vidui (confissão). Todos recitam juntos, pois considera-se que todos os judeus formam uma unidade, um só corpo. Assim, quando uma pessoa comete um pecado, o corpo inteiro é afetado. Da mesma forma, quando alguém faz uma mitzvá, traz benefício para o povo como um todo. O vidui é como um reconhecimento do erro e uma expressão de remorso, como se disséssemos que não deveríamos ter cometido esta falha.
9. Ao findar Iom Kipur faz-se com uma refeição familiar festiva.
10. Imediatamente após o término de Iom Kipur começa-se a construir a Sucá.
SUCOT

A Festa das Cabanas, em hebraico Sucot, é parte do ciclo de festividades que começa com Rosh haShaná. Sucot distingue-se por 2 ritos: a sucá, onde se deve, durante a festa, comer todas as refeições, construída para lembrar as cabanas que os antepassados dos israelitas construíam no deserto; e o lulav, que é um feixe formado de 1 palma de tamareira(lulav),3 ramos de mirta (hadás),2 de salgueiro(aravá) e a cidra(etrog). Durante as orações matutinas agita-se este feixe,lembrando ser Sucot também a festa da colheita - Hag Assif.
As 4 espécies de Sucot são semelhantes a 4 tipos de pessoas:
· Etrog - tem sabor e aroma - simboliza os conhecedores e praticantes da Torá e das mitzvót, praticantes de boas ações;
· Lulav - tem sabor mas não tem aroma - simboliza os conhecedores, mas que não praticam boas ações;
· Hadás - possui aroma mas não tem sabor - simboliza os que praticam boas ações mas não conhecem Torá nem mitzvot ;
· Aravá - não possui sabor nem aroma - simboliza os que não conhecem nem praticam boas ações.
A razão básica para a sucá é a de reviver o mesmo tipo de vivenda passageira em que viveram os judeus enquanto vagavam através do deserto durante 40 anos. Pelo fato de se deixar as casas e ir habitar durante uma semana na cabana, tem-se a obrigação de se recordar também a história do povo judeu. A sucá simboliza as perseguições, as diásporas que foram impostas por outros povos através da história judaica. Não lhes deram a possibilidade de habitar em sua casa pequena e acolhedora. Foram coagidos a fugir de um lugar para outro, de um país para outro, de diáspora a diáspora. Ao se deixar as casas e transferir-se para a sucá, uma pessoa pode, através da vivência, vir a entender o que sente um pobre quando vive em tal situação, exposta aos elementos naturais e pode apreciar ainda mais as bênçãos de Deus, que nos permitiu ter uma casa segura.
Sucot é um exemplo de como o judaísmo pede mais que pensamentos e verbalizações - requer ação.
Durante cada um dos dias de Sucot recitam-se preces especiais para que o novo ano traga prosperidade para a terra e saúde aos homens. Hoshá-na = salva-nos: no sétimo dia da festa, Hoshaná Rabá, agitam-se, durante a oração da manhã, ramos de salgueiros, árvore que cresce à margem dos rios e que simboliza a água que corre em abundância. São renovados os pedidos a Deus que lave as faltas, que ajude no ano que começou. Quando o Templo existia celebrava-se a festa da água (Sim’hat Beit haShoevá). Hoje, em Israel, efetuam-se em Sucot festas populares e campestres.
A festa de Sucot dura 7 dias, dos quais os dois primeiros são festas solenes.
O 7ºdia de Sucot, Hoshana Rabá, inclui 7 voltas ao redor da Tevá (altar),como se fazia durante a época do Templo, rememorando as 7 voltas do povo de Israel em redor dos muros de Jericó. Este dia é considerado um dos mais sagrados do ano inteiro; os cabalistas dizem que é o dia no qual o selo final é colocado no “Livro da Vida”, determinando o destino para o próximo ano. Muitas comunidades sefaradim fazem um Tikun, ou longa noite de estudos, em honra a este dia sagrado.
SHEMINI ATZERET E SIM’HAT TORÁ
Após haver deixado para trás os dias de penitência do mês de tishrei e o júbilo da festa de Sucot, despede-se desta temporada festiva com a celebração de Shemini Atzeret e Sim’hat Torá. Em Israel, estas 2 festas se celebram juntas, em um só dia; na diáspora, em 2. Na Torá, chama-se de a festa do 8º dia (Nm. 29:35). Ainda que se festejem juntas, existem diferenças. Em Sucot há muitas mitzvot; a únicamitzvá de Shemini Atzeret é a de regozijar-se – talvez a mais difícil do judaísmo, porque envolve nossa psiquê. Sucot se celebra fora de casa, Shemini Atseret é festejada em casa.
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Um aspecto particular de Shemini Atzeret é a oração por chuva, porque nesta época o mundo é julgado em relação à água. Nas orações se introduz a frase, que será recitada até Pessah: meshiv ha-rua’h u morid ha-gueshem (o que faz com que o vento sopre e a chuva caia). Ela dá expressão à natural ansiedade que se sente em Israel durante a estação das chuvas, já que a ausência delas significa fome, sede e enfermidade. Esta oração é deixada para o dia final da festa, para não invocar a chuva justamente quando se necessita de desfrutar de um bom tempo para habitar a Sucá.
Sim’hat Torá assinala a ocasião em que a leitura da Torá é completada e reiniciada. Embora com este nome não se ache no Talmud, a festa é citada no Zohar (Pin’has256b). Como se finaliza a leitura da Torá, é um momento oportuno para se alegrar em sua homenagem: por isto é chamada Sim’hat Torá = alegria da Torá. Todos os rolos são retirados do Aron haKodesh (arca sagrada) e membros da congregação recebem a honra de levá-los para as Hakafot, as 7 voltas feitas em procissão em redor do átrio da sinagoga. O caráter festivo de Sim’hat Torá é revestido de um espírito de regozijo no qual as crianças têm parte especial. Para destacar a ocasião festiva, elas se juntam às Hakafot munidos de bandeiras. A pessoa convocada para a conclusão da leitura é o Hatán Torá e a que é convidada para iniciar é o Hatán Bereshit.
TEXTOS EXTRAÍDOS DE “À LUZ DA MENORÁ: INTRODUÇÃO À CULTURA JUDAICA”, DE JANE BICHMACHER DE GLASMAN, ED. DA AUTORA, GRÁFICA STAMPA, 1999 (direitos autorais protegidos)
Jane Bichmacher de Glassman é Doutora em Língua Hebraica, Literaturas e Cultura Judaica, Professora, Fundadora e ex-Diretora do Programa de Estudos Judaicos UERJ, Professora e Coordenadora do Setor de Hebraico UFRJ (aposentada), escritora.
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