A Trindade existe ?
NeTo Cris Machado
Da onde surgiu ?
Da onde surgiu ?
Yehudim Natziri Kennedy Yos'sef
VC É UM EVANGELICO ROMANO CRISTÃO, É FILHO DE ROMA.
VC É UM EVANGELICO ROMANO CRISTÃO, É FILHO DE ROMA.
NeTo Cris Machado
Não sou Protestante.
Não sou Protestante.
NeTo Cris Machado
E vc é Judeu de Pai e mãe ou é mais um Pseudo Judeu ?
E vc é Judeu de Pai e mãe ou é mais um Pseudo Judeu ?
Iani Brito de Ribamar
SOU BNEI ANUSSIM ORTODOXO
SOU BNEI ANUSSIM ORTODOXO
Yehudim Natziri Kennedy Yos'sef
SOU MARRANO SEGUIDOR DO MASHIA YESHUA.
SOU MARRANO SEGUIDOR DO MASHIA YESHUA.
Eliezer Abensur
Vou sair para dar coragem aos discípulos de Jesus para responder
Vou sair para dar coragem aos discípulos de Jesus para responder
h
Josiel Gomes Konoha
Existe pra quem acredita
Existe pra quem acredita
Magalhães Luís
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Eliezer Abensur
Não, a trindade não existe.
Não, a trindade não existe.
Lucas Cordeiro
Marcos 1; 10 Assim que saiu da água, Jesus(segunda pessoa) viu o céu se abrindo e o Espírito(tercei ra pessoa) descendo como pomba sobre ele.
11 Então veio dos céus uma voz(primeiro pessoa da trindade): "Tu és o meu Filho amado; de ti me agrado".
Marcos 1; 10 Assim que saiu da água, Jesus(segunda pessoa) viu o céu se abrindo e o Espírito(tercei
11 Então veio dos céus uma voz(primeiro pessoa da trindade): "Tu és o meu Filho amado; de ti me agrado".
Josiel Gomes Konoha
Agora diga o que é mais velho
Agora diga o que é mais velho
Lucas Cordeiro
Gênesis 1:26 Então disse Deus: "Façamos o homem à NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança...
Gênesis 1:26 Então disse Deus: "Façamos o homem à NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança...
Lucas Cordeiro
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
Mateus 28:19
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
Mateus 28:19
Josiel Gomes Konoha
ahn? e o batismo são em três etapas ou eh śő uma?
ahn? e o batismo são em três etapas ou eh śő uma?
NeTo Cris Machado
Então Porque Pedro e os demais batizaram em nome de Jesus ?
Então Porque Pedro e os demais batizaram em nome de Jesus ?
Magalhães Luís
1 - EIS A RESPOSTA DO CRISTIANISMO ACADÉMICO: Tomás de Aquino escreveu que acerca de Deus tanto mais sabemos quanto mais nos apercebemos que excede tudo o que dele compreendemos. Numa experiência mística concluiu que tudo quanto tinha escrito lhe parecia palha seca e deixou a Summa Theologiae inacabada. A linguagem menos imperfeita para exprimir o acolhimento da fé é, sempre, simbólica, metafórica, a da beleza, a do amor e a da responsabilidad e ética.
1 - EIS A RESPOSTA DO CRISTIANISMO ACADÉMICO: Tomás de Aquino escreveu que acerca de Deus tanto mais sabemos quanto mais nos apercebemos que excede tudo o que dele compreendemos. Numa experiência mística concluiu que tudo quanto tinha escrito lhe parecia palha seca e deixou a Summa Theologiae inacabada. A linguagem menos imperfeita para exprimir o acolhimento da fé é, sempre, simbólica, metafórica, a da beleza, a do amor e a da responsabilidad
Magalhães Luís
2 - O dogma da Santíssima Trindade. Por sua causa, tanto o judaísmo como o islão não acreditam muito na autenticidade do monoteísmo cristão. Até para alguns cristãos é uma complicação desnecessária. O próprio pietista luterano, o filósofo I. Kant não via que se pudesse extrair qualquer coisa de prático dessa fé.
Tenho, no entanto, esta simbólica como fundamental para pensar e acolher as expressões do mistério de Deus e do mundo. Não é por acaso que a grande questão das nossas sociedades, a todos os níveis, é sempre a da unidade e a da pluralidade. Será possível viver juntos, respeitando e promovendo, ao mesmo tempo, a comunhão entre todos e a originalidade de cada um?
Se privilegiamos a pluralidade corremos o risco da fragmentação. Se sublinhamos muito a urgência da unidade, espreita-nos a uniformidade. A coincidência entre unidade e pluralismo parece um milagre sempre diferido. O pluralismo não é funcional e a unidade é sufocante, tanto na Igreja como na sociedade. Paulo gastou muita energia em encontrar metáforas que garantissem a coabitação da unidade e da diversidade dos dons, frutos do mesmo espírito, num só corpo com muitos órgãos e membros.
2 - O dogma da Santíssima Trindade. Por sua causa, tanto o judaísmo como o islão não acreditam muito na autenticidade do monoteísmo cristão. Até para alguns cristãos é uma complicação desnecessária. O próprio pietista luterano, o filósofo I. Kant não via que se pudesse extrair qualquer coisa de prático dessa fé.
Tenho, no entanto, esta simbólica como fundamental para pensar e acolher as expressões do mistério de Deus e do mundo. Não é por acaso que a grande questão das nossas sociedades, a todos os níveis, é sempre a da unidade e a da pluralidade. Será possível viver juntos, respeitando e promovendo, ao mesmo tempo, a comunhão entre todos e a originalidade de cada um?
Se privilegiamos a pluralidade corremos o risco da fragmentação. Se sublinhamos muito a urgência da unidade, espreita-nos a uniformidade. A coincidência entre unidade e pluralismo parece um milagre sempre diferido. O pluralismo não é funcional e a unidade é sufocante, tanto na Igreja como na sociedade. Paulo gastou muita energia em encontrar metáforas que garantissem a coabitação da unidade e da diversidade dos dons, frutos do mesmo espírito, num só corpo com muitos órgãos e membros.
Magalhães Luís
3 - Do interior da nossa real e incurável finitude, se não andarmos distraídos e não aceitarmos o baile de máscaras que nos inventaram, pode nascer a pergunta sobre o sentido da nossa existência. Recolho a de Wittgenstein:
“Que sei eu sobre Deus e o sentido da vida? Sei que este mundo existe. Que estou nele como o meu olho no seu campo visual. Que algo nele é problemático, a que chamamos o seu sentido. Que este sentido não reside nele, mas fora dele. (…) Ao sentido da vida, i. é, ao sentido do mundo, podemos chamar Deus e associar-lhe a metáfora de Deus como um pai. A oração é o pensamento do sentido da vida. (…) Crer em Deus significa compreender a pergunta pelo sentido da vida. (…) Crer em Deus significa ver que a vida tem um sentido.”[i]
Este filósofo procura entender a originalidade do jogo de linguagem próprio da religião, que não deve ser confundido com o da filosofia ou o da ciência: “se quem acredita em Deus olha em redor e pergunta: Donde vem tudo o que vejo?, Donde vem tudo isto?, não anseia por uma explicação (causal); a sua pergunta é, no essencial, expressão de um certo anseio. Ela expressa uma atitude face a todas as explicações.” O que confere o sentido às palavras é o seu uso e a prática que traduzem. [i] (L. Wittgenstein, Tagebücher 1914-1916, Werkausgabe, Vol. I, Suhrkampf: Francoforte, 1984, 167-8).
3 - Do interior da nossa real e incurável finitude, se não andarmos distraídos e não aceitarmos o baile de máscaras que nos inventaram, pode nascer a pergunta sobre o sentido da nossa existência. Recolho a de Wittgenstein:
“Que sei eu sobre Deus e o sentido da vida? Sei que este mundo existe. Que estou nele como o meu olho no seu campo visual. Que algo nele é problemático, a que chamamos o seu sentido. Que este sentido não reside nele, mas fora dele. (…) Ao sentido da vida, i. é, ao sentido do mundo, podemos chamar Deus e associar-lhe a metáfora de Deus como um pai. A oração é o pensamento do sentido da vida. (…) Crer em Deus significa compreender a pergunta pelo sentido da vida. (…) Crer em Deus significa ver que a vida tem um sentido.”[i]
Este filósofo procura entender a originalidade do jogo de linguagem próprio da religião, que não deve ser confundido com o da filosofia ou o da ciência: “se quem acredita em Deus olha em redor e pergunta: Donde vem tudo o que vejo?, Donde vem tudo isto?, não anseia por uma explicação (causal); a sua pergunta é, no essencial, expressão de um certo anseio. Ela expressa uma atitude face a todas as explicações.” O que confere o sentido às palavras é o seu uso e a prática que traduzem. [i] (L. Wittgenstein, Tagebücher 1914-1916, Werkausgabe, Vol. I, Suhrkampf: Francoforte, 1984, 167-8).
Magalhães Luís
4 - A exegese histórico-críti ca. O exegeta estuda os textos bíblicos como estudaria qualquer outro texto antigo, sem olhar para o estatuto religioso que os cristãos, os judeus e mesmo os muçulmanos lhe reconhecem. O exegeta cristão, ou judeu, ou muçulmano, usando um grande número de disciplinas, põe, provisoriamente , entre parêntesis a sua fé e deve tomar o máximo de precauções para não projectar as suas próprias ideias sobre o texto e para as não confundir com a Palavra de Deus.
Esta é, no entanto, para o exegeta cristão, apenas a primeira etapa. Deve ser seguida de uma segunda que consiste na apropriação do sentido dos textos e na sua actualização. Esta é a função da hermenêutica. Ao fazê-lo, o hermeneuta cristão fará obra de teólogo e de pastor.
4 - A exegese histórico-críti
Esta é, no entanto, para o exegeta cristão, apenas a primeira etapa. Deve ser seguida de uma segunda que consiste na apropriação do sentido dos textos e na sua actualização. Esta é a função da hermenêutica. Ao fazê-lo, o hermeneuta cristão fará obra de teólogo e de pastor.
Magalhães Luís
Fase 2 » Os racionalistas rejeitam a doutrina da Trindade ou radicalmente mudam o seu significado. Os panteístas e teosofistas ensinam a Trindade como sendo uma representação da evolução de D-us. Os protestantes conservadores (os luteranos - fica de fora Kant, os calvinistas, não incluo aqui os calvinistas ingleses que são unitarianos e não trinitárianos, anglicanos/ episcopalianos, os evangelicais ou igrejas livres) professam a doutrina tradicional. Os protestantes modernos liberais geralmente ensinam uma ""Trindade de Revelação": A paternidade/ maternidade de D-us foi ensinada por Jesus Cristo; cujo Espírito reside nos seus seguidores. Os modernistas encaram o dogma como uma teoria judaico-helenís tica gradualmente elaborada durante os primeiros quatro séculos depois de Cristo (AD). Entre os mórmones vide: http:// mormonlds-sud.bl ogspot.pt/2009/ 05/ doutrinas-basica s-trindade.html
Fase 2 » Os racionalistas rejeitam a doutrina da Trindade ou radicalmente mudam o seu significado. Os panteístas e teosofistas ensinam a Trindade como sendo uma representação da evolução de D-us. Os protestantes conservadores (os luteranos - fica de fora Kant, os calvinistas, não incluo aqui os calvinistas ingleses que são unitarianos e não trinitárianos, anglicanos/
Magalhães Luís
» Nos escoliastas do Magistério das Testemunhas de Jeová: Vide http:// www.cacp.org.br/ as-caracteristic as-jeovistas/ » Comentário do evangelical CACP: "Negam a doutrina da Trindade, afirmando que Jesus é uma criatura. Esta não é uma heresia nova, pois foi defendida por Ário, por volta de 323 dC. Afirmam que o Espírito Santo é a “força activa de Deus”, sendo assim impessoal. Desta forma, fecham os olhos a toda história da igreja primitiva, a qual era trinitariana." Vide o sítio oficial das TJs: http:// www.jw.org/pt/
» Nos escoliastas do Magistério das Testemunhas de Jeová: Vide http://
»»The New Encyclopædia Britannica diz: “Nem a palavra Trindade, nem a doutrina explícita, como tal, aparecem no Novo Testamento, e nem Jesus ou seus seguidores tencionaram contradizer o Shema do Velho Testamento: ‘Ouve, ó Israel: O Senhor, nosso Deus, é um só Senhor’ (Deut. 6:4). . . . A doutrina desenvolveu-se gradualmente com o decorrer dos séculos, enfrentando muitas controvérsias. . . . Por volta do fim do 4.° século . . . a doutrina da Trindade tomou substancialment e a forma que desde então tem conservado.” — (1976), Micropædia, Vol. X, p. 126.
A New Catholic Encyclopedia diz: “A formulação de ‘um só Deus em três Pessoas’ não foi solidamente estabelecida, de certo não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do fim do 4.° século. Mas, é precisamente esta formulação que tem a primeira reivindicação ao título o dogma da Trindade. Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva.” — (1967), Vol. XIV, p. 299.
Em The Encyclopedia Americana lemos: “O cristianismo derivou-se do judaísmo, e o judaísmo era estritamente unitário [cria que Deus é uma só pessoa]. O caminho que levou de Jerusalém a Nicéia dificilmente foi em linha reta. O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento.” — (1956), Vol. XXVII, p. 294L.
Segundo o Nouveau Dictionnaire Universel: “A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem às três hipóstases ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs. . . . O conceito deste filósofo grego [Platão, do 4.° século AEC] sobre a trindade divina . . . pode ser encontrado em todas as religiões [pagãs] antigas.” — (Paris, 1865-1870), editado por M. Lachâtre, Vol. 2, p. 1467.
O jesuíta John L. McKenzie, no seu Dictionary of the Bible, diz: “A trindade de pessoas dentro da unidade de natureza é definida em termos de ‘pessoa’ e de ‘natureza’, que são termos filosóficos gr[egos]; na realidade, esses termos não aparecem na Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias, em que estes termos e outros, tais como ‘essência’ e ‘substância’, foram erroneamente aplicados a Deus por alguns teólogos.” — (Nova Iorque, 1965), p. 899.
Magalhães Luís
Entre os unitarianos. ~» "Quando pessoas vêm a nós de outras tradições de fé, se assustam um pouco com o fato de haver tantas compreensões diferentes aqui. Certa vez, por exemplo, alguém me disse que imaginava que ser um Unitarista fosse não acreditar no dogma da Trindade, mas que quando conversou com algumas pessoas aqui, percebeu que muitos entre nós eram trinitaristas! Tive, então, de explicar àquela jornalista que o Unitarismo não se distingue de outras tradições cristãs por causa de sua compreensão de Deus ou de Cristo; o que historicamente nos distingue de outras tradições é nossa ênfase na liberdade de consciência! Essa liberdade de consciência, entretanto, se movimenta dentro da tradição cristã. Assim, podemos chegar a diferentes conclusões acerca da natureza de Deus, mas – em nossa tradição –, nossas conclusões serão articuladas numa linguagem cristã. Para nós, essa linguagem cristã inclui as Escrituras, a tradição da Igreja, a filosofia ocidental, as descobertas científicas, as artes modernas, e o Espírito que dá vida à busca humana por verdade.
Nesta comunidade, encontramos pessoas dos mais diferentes tipos, dos mais diferentes backgrounds sociais e teológicos. Aqui há não-trinitarist as e trinitaristas, teístas e não-teístas, crentes e agnósticos. Entre nós há aqueles que enxergam os elementos da Eucaristia que partilharemos em alguns minutos como apenas símbolos dum ofício realizado por Jesus há dois milênios atrás, e há outros que os veem como portadores da presença de Cristo entre nós. Alguns de nós falam em sacramentos, outros em ritos. Alguns estenderão suas mãos para partilhar do pão e do vinho, outros preferirão receber uma benção. Há até pessoas não-exclusivame nte cristãs entre nós, já que alguns de nós mantemos laços com a tradição judaica – alargando nossa linguagem cristã para uma linguagem judaico-cristã!
Toda essa liberdade, que pode ser muito confusa para alguém que tem um primeiro contato com os Unitaristas, exige um grande senso de integridade intelectual de nossos membros! O Unitarismo não oferece respostas fáceis! Geralmente não falamos em milagres, em salvação, e em vida após a morte, com a mesma frequência ou o mesmo sentido que em outras comunidades. Daqui deste púlpito, geralmente não tratamos de temas dogmáticos, em grande parte, em respeito pelas diferenças de opinião entre nós. Quando um Ministro desta igreja fala sobre algo deste púlpito, ela ou ele tem a responsabilidad e de lembrar-se da diversidade teológica entre nós, e falar num tom de respeito para com aqueles que são parte de nossa família, ao mesmo tempo em que é íntegra e íntegro a suas próprias convicções pessoais. E isso pode ser muito assustador para alguém que vem de outra tradição. Mas esse é o espírito desta comunidade!
Ser Ministro duma congregação tão diversa como esta nem sempre é a coisa mais fácil do mundo, mas é o desafio mais surpreendenteme nte maravilhoso que qualquer Ministro cristão – especialmente um Unitarista Anglo-Luterano como eu – pode experienciar. E, até onde posso perceber, é uma experiência surpreendenteme nte maravilhosa para a maioria daqueles que fazem esta pequena família. Espero poder encontrá-los em nossa próxima aula, e poder conversar com alguns de você mais de perto!
+Gibson
(Congregação Unitarista de Pernambuco, 11 de novembro de 2012)"
Entre os unitarianos. ~» "Quando pessoas vêm a nós de outras tradições de fé, se assustam um pouco com o fato de haver tantas compreensões diferentes aqui. Certa vez, por exemplo, alguém me disse que imaginava que ser um Unitarista fosse não acreditar no dogma da Trindade, mas que quando conversou com algumas pessoas aqui, percebeu que muitos entre nós eram trinitaristas! Tive, então, de explicar àquela jornalista que o Unitarismo não se distingue de outras tradições cristãs por causa de sua compreensão de Deus ou de Cristo; o que historicamente nos distingue de outras tradições é nossa ênfase na liberdade de consciência! Essa liberdade de consciência, entretanto, se movimenta dentro da tradição cristã. Assim, podemos chegar a diferentes conclusões acerca da natureza de Deus, mas – em nossa tradição –, nossas conclusões serão articuladas numa linguagem cristã. Para nós, essa linguagem cristã inclui as Escrituras, a tradição da Igreja, a filosofia ocidental, as descobertas científicas, as artes modernas, e o Espírito que dá vida à busca humana por verdade.
Nesta comunidade, encontramos pessoas dos mais diferentes tipos, dos mais diferentes backgrounds sociais e teológicos. Aqui há não-trinitarist
Toda essa liberdade, que pode ser muito confusa para alguém que tem um primeiro contato com os Unitaristas, exige um grande senso de integridade intelectual de nossos membros! O Unitarismo não oferece respostas fáceis! Geralmente não falamos em milagres, em salvação, e em vida após a morte, com a mesma frequência ou o mesmo sentido que em outras comunidades. Daqui deste púlpito, geralmente não tratamos de temas dogmáticos, em grande parte, em respeito pelas diferenças de opinião entre nós. Quando um Ministro desta igreja fala sobre algo deste púlpito, ela ou ele tem a responsabilidad
Ser Ministro duma congregação tão diversa como esta nem sempre é a coisa mais fácil do mundo, mas é o desafio mais surpreendenteme
+Gibson
(Congregação Unitarista de Pernambuco, 11 de novembro de 2012)"
Magalhães Luís
"A TRINDADE PARA OS UNITARIANOS.
§ 17. A doutrina da Trindade, como declarada nos credos de todas as assim-chamadas igrejas ortodoxas, é esta: que há três pessoas na Divindade – o Pai, o Filho, e o Espírito Santo – e que esses três são um Deus, o mesmo em substância, iguais em poder e glória, mas distintos pelas propriedades pessoais. O Credo Atanasiano é a fórmula mais distinta desta doutrina. Ele diz: “E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade”.Esta doutrina ensina que o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; e ainda assim, não há três Deuses, mas um Deus. Cada um pode ser adorado separadamente. Cada um tem um trabalhado e um ofício separado, que não devem ser confundidos com aqueles dos outros, pois esta seria a heresia de Sabélio, que confundiu as pessoas. Mas não devemos dizer que eles são três pessoas, como Pedro, Tiago, e João; pois isto seria dividir a substância, que é outra heresia fatal.
Veja o “Catecismo de Westminster”, que é o credo da igreja Presbiteriana; o Credo Atanasiano, ainda lido ou cantado quatro vezes por ano na Igreja da Inglaterra; a Confissão de Augsburgo; e os credos de outras denominações ortodoxas.
§ 18. Os unitaristas rejeitam a doutrina eclesiástica da Trindade:
(a) Porque é ininteligível. Apesar de muitas tentativas terem sido feitas para explicá-la, nenhuma se provou satisfatória. Ela, portanto, permanece, mesmo pela admissão de seus defensores, um mistério; e um mistério é algo ininteligível, e, portanto, não pode ser um objeto de crença.
(b) Porque a doutrina da Trindade não é claramente ensinada em nenhum lugar do Novo Testamento. Isto é admitido por muitos trinitaristas honestos. Assim, Neander, um trinitarista, diz a respeito dessa doutrina: “Não é expressamente ensinada em nenhuma passagem particular do Novo Testamento” (História da Igreja, tradução de Torrey, vol. I. p.572.). Muitos testemunhos como esse podem ser invocados.
(c) Porque os textos citados em apoio à Trindade são inadequados ou irrelevantes. O famoso texto das Três Testemunhas foi demonstrado, de modo convincente, ser uma interpolação, que foi rejeitado pela maioria dos trinitaristas e omitido na Versão Revisada. A Fórmula Batismal (Mateus 28:19) e a Benção (2 Coríntios 13:13) são passagens frequentemente citadas como provas da Trindade. Mas em nenhuma delas é declarado que o Filho é Deus, ou que o Espírito Santo seja uma pessoa, ou que esses três sejam o supremo Deus único. Que essas passagens sejam constantemente citadas como provas da doutrina da Trindade mostra que nenhuma prova textual real pode ser encontrada no Novo Testamento. Elas podem parecer implicá-la para alguém que já acredita naquela doutrina; mas para aqueles que não acreditam nela, elas parecem um resumo da verdade que procede do Pai, o único Deus verdadeiro, por meio de Jesus Cristo, seu santo filho e o mediador de seu amor, e tornada parte da alma e vida pela influência interior do Espírito Divino.
(d) Porque há muitos textos no Novo Testamento, claramente opostos à doutrina eclesiástica da Trindade. Tais são os textos nos quais o Pai é chamado de único Deus; o que não poderia ser dito se o Filho também for Deus, e o Espírito Santo também for Deus. 1 Coríntios 8:5, 6: "É verdade que existem aqueles que são chamados deuses, tanto no céu como na terra, e neste sentido há muitos deuses e muitos senhores. Contudo, para nós existe um só Deus: o Pai”. Efésios 4:6: "Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos”. João 17:3: Jesus ora ao Pai, dizendo: “Pai, chegou a hora!”, e imediatamente adiciona: “Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro...”. Efésios 5:20: O Apóstolo diz aos efésios que eles “agradeçam sempre a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Se o Filho fosse Deus, e se o Espírito Santo fosse Deus, seria nosso dever orar a eles também. Mas é ensinado que todas as orações sejam dirigidas ao Pai. Veja também Mateus 6:9; João 4:23, 16:23.
(e) Porque sabemos quando e onde a doutrina da Trindade começou, e como ela gradualmente tomou forma. No famoso Prólogo ao seu Evangelho, João opõe a ideia de que o Logos, ou Palavra, fosse qualquer outra coisa além do próprio Deus. A Palavra, ele nos diz, é Deus falando, primeiro, na criação - “Por meio dela”, Deus falando, “tudo foi feito”. Ele se refere aqui, sem dúvida alguma, às frases comuns do Antigo Testamento – Deus disse: “Haja luz”; “A Palavra do Senhor veio a Isaías”; etc. Segundo, a Palavra é Deus falando na alma – "Aquela era a luz verdadeira que ilumina todo homem que vem ao mundo”. Terceiro, a Palavra é Deus revelado em Jesus - “A Palavra se fez homem e habitou entre nós”. Ele, assim, ensina que como Deus fala na criação e fala na razão humana, ele também fala em Jesus mais clara e plenamente. Mas, como para evitar a possibilidade de ser entendido como se tivesse dito que Cristo era Deus quando ele, na verdade, diz que Deus está em Cristo, ele adiciona: “Ninguém jamais VIU a Deus”.
Este conceito de Cristo como um Logos, ou Palavra de Deus, ou uma revelação de Deus, continuou a ser ensinada até o tempo do Sínodo de Niceia (325 A.D.). o Credo Apostólico, que em sua substância data de um período muito antigo na história cristã, não contém nenhum traço da doutrina da Trindade. Ele chama Deus de “Pai onipotente, Criador do céu e da terra”. O Credo Niceno, na sua forma original, não conhece nada a respeito da Trindade. Ele chama Jesus de “Deus”, mas fala dele como Deus de Deus, significando “Deus derivado de Deus”, e assim torna sua divindade derivada e dependente. E não foi até o ano 380, depois de muita controvérsia e disputas partidárias, que a doutrina da Trindade foi estabelecida na Igreja. No ano 383, Teodósio, o Imperador, ameaçou punir todos os que não aceitassem esta doutrina." http:// cristianismoprog ressista.blogsp ot.pt/2008/12/ manual-de-crena- unitarista-jame s.html
"A TRINDADE PARA OS UNITARIANOS.
§ 17. A doutrina da Trindade, como declarada nos credos de todas as assim-chamadas igrejas ortodoxas, é esta: que há três pessoas na Divindade – o Pai, o Filho, e o Espírito Santo – e que esses três são um Deus, o mesmo em substância, iguais em poder e glória, mas distintos pelas propriedades pessoais. O Credo Atanasiano é a fórmula mais distinta desta doutrina. Ele diz: “E a fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; Mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade”.Esta
Veja o “Catecismo de Westminster”, que é o credo da igreja Presbiteriana; o Credo Atanasiano, ainda lido ou cantado quatro vezes por ano na Igreja da Inglaterra; a Confissão de Augsburgo; e os credos de outras denominações ortodoxas.
§ 18. Os unitaristas rejeitam a doutrina eclesiástica da Trindade:
(a) Porque é ininteligível. Apesar de muitas tentativas terem sido feitas para explicá-la, nenhuma se provou satisfatória. Ela, portanto, permanece, mesmo pela admissão de seus defensores, um mistério; e um mistério é algo ininteligível, e, portanto, não pode ser um objeto de crença.
(b) Porque a doutrina da Trindade não é claramente ensinada em nenhum lugar do Novo Testamento. Isto é admitido por muitos trinitaristas honestos. Assim, Neander, um trinitarista, diz a respeito dessa doutrina: “Não é expressamente ensinada em nenhuma passagem particular do Novo Testamento” (História da Igreja, tradução de Torrey, vol. I. p.572.). Muitos testemunhos como esse podem ser invocados.
(c) Porque os textos citados em apoio à Trindade são inadequados ou irrelevantes. O famoso texto das Três Testemunhas foi demonstrado, de modo convincente, ser uma interpolação, que foi rejeitado pela maioria dos trinitaristas e omitido na Versão Revisada. A Fórmula Batismal (Mateus 28:19) e a Benção (2 Coríntios 13:13) são passagens frequentemente citadas como provas da Trindade. Mas em nenhuma delas é declarado que o Filho é Deus, ou que o Espírito Santo seja uma pessoa, ou que esses três sejam o supremo Deus único. Que essas passagens sejam constantemente citadas como provas da doutrina da Trindade mostra que nenhuma prova textual real pode ser encontrada no Novo Testamento. Elas podem parecer implicá-la para alguém que já acredita naquela doutrina; mas para aqueles que não acreditam nela, elas parecem um resumo da verdade que procede do Pai, o único Deus verdadeiro, por meio de Jesus Cristo, seu santo filho e o mediador de seu amor, e tornada parte da alma e vida pela influência interior do Espírito Divino.
(d) Porque há muitos textos no Novo Testamento, claramente opostos à doutrina eclesiástica da Trindade. Tais são os textos nos quais o Pai é chamado de único Deus; o que não poderia ser dito se o Filho também for Deus, e o Espírito Santo também for Deus. 1 Coríntios 8:5, 6: "É verdade que existem aqueles que são chamados deuses, tanto no céu como na terra, e neste sentido há muitos deuses e muitos senhores. Contudo, para nós existe um só Deus: o Pai”. Efésios 4:6: "Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos”. João 17:3: Jesus ora ao Pai, dizendo: “Pai, chegou a hora!”, e imediatamente adiciona: “Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro...”.
(e) Porque sabemos quando e onde a doutrina da Trindade começou, e como ela gradualmente tomou forma. No famoso Prólogo ao seu Evangelho, João opõe a ideia de que o Logos, ou Palavra, fosse qualquer outra coisa além do próprio Deus. A Palavra, ele nos diz, é Deus falando, primeiro, na criação - “Por meio dela”, Deus falando, “tudo foi feito”. Ele se refere aqui, sem dúvida alguma, às frases comuns do Antigo Testamento – Deus disse: “Haja luz”; “A Palavra do Senhor veio a Isaías”; etc. Segundo, a Palavra é Deus falando na alma – "Aquela era a luz verdadeira que ilumina todo homem que vem ao mundo”. Terceiro, a Palavra é Deus revelado em Jesus - “A Palavra se fez homem e habitou entre nós”. Ele, assim, ensina que como Deus fala na criação e fala na razão humana, ele também fala em Jesus mais clara e plenamente. Mas, como para evitar a possibilidade de ser entendido como se tivesse dito que Cristo era Deus quando ele, na verdade, diz que Deus está em Cristo, ele adiciona: “Ninguém jamais VIU a Deus”.
Este conceito de Cristo como um Logos, ou Palavra de Deus, ou uma revelação de Deus, continuou a ser ensinada até o tempo do Sínodo de Niceia (325 A.D.). o Credo Apostólico, que em sua substância data de um período muito antigo na história cristã, não contém nenhum traço da doutrina da Trindade. Ele chama Deus de “Pai onipotente, Criador do céu e da terra”. O Credo Niceno, na sua forma original, não conhece nada a respeito da Trindade. Ele chama Jesus de “Deus”, mas fala dele como Deus de Deus, significando “Deus derivado de Deus”, e assim torna sua divindade derivada e dependente. E não foi até o ano 380, depois de muita controvérsia e disputas partidárias, que a doutrina da Trindade foi estabelecida na Igreja. No ano 383, Teodósio, o Imperador, ameaçou punir todos os que não aceitassem esta doutrina." http://
Magalhães Luís
Jabez Thomas Sunderland (1842-1936)
“...estejam sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês.” - I Pedro 3:15
Unitaristas não possuem credos. Nós temos, entretanto, um princípio central, e todas as nossas crenças distintas emergem deste princípio. Qual é este princípio? Provavelmente noventa e nove em cada cem pessoas diriam que seja nossa noção da Unidade de Deus em oposição à noção da Trindade. De maneira alguma. Essa não é a idéia central de onde nosso Unitarismo tem emergido. É verdade que foi isso que nos deu o nome de “Unitaristas”. Mas há algo muito mais profundo que isso, no qual nossa existência como um corpo ou movimento se enraíza. Essa coisa mais profunda e central é nossa crença na harmonia eterna e essencial entre a religião e a razão, ou, talvez melhor, na necessidade de sempre interpretar a religião à luz da razão, ou, possivelmente melhor ainda, na aplicação do método científico à religião. Esta nossa crença fixa e inerradicável é a chave, e a única chave para o Unitarismo.
É verdade que como corpo, cremos na unicidade e não na trindade de Deus. Mas cremos nisso porque nosso princípio de interpretação religiosa à luz da razão, ou da aplicação do método científico à religião nos compele a crer assim. A Bíblia, estudada à luz desse princípio, não ensina a respeito de nenhuma trindade, mas sempre e em todo lugar, um Deus, e apenas um.
Saindo desse grande livro que nos veio por meio dos judeus, e que chamamos de Bíblia, e indo para aquela outra grande “bíblia” de Deus, o Livro da Natureza, que a ciência tem lido tão rapidamente, não encontramos lá nenhum traço de mais de um Deus. Em todo lugar da natureza há unidade, correlação, harmonia de desígnio e de ação, que nos conta a respeito de uma Sabedoria e Poder suprema, indivisa, que está acima de tudo, abaixo de tudo, além de tudo. E não há nenhum traço em lugar algum de um segundo ou terceiro Ser.
Quando vamos para as mitologias pagãs, e para as especulações e noções cruas de homens que viveram nas eras antigas, escuras, e não-científicas , então encontramos traços de uma pluralidade de deuses – dois, três, uma dúzia, qualquer número. Na Pérsia encontramos dois deuses; no Egito e na Índia encontramos trindades; na Grécia, dos grandes deuses do Olimpo, encontramos doze; na Escandinávia encontramos também doze deuses principais; enquanto entre muitos outros povos da terra encontramos milhares e milhões. Mas essas mitologias não passam pela aplicação dos métodos científicos de investigação. Examinadas com o cuidado, atenção e imparcialidade com as quais a ciência investiga todas as coisas, essas mitologias se desfazem no ar; e todos os traços dos milhões de deuses, ou da dúzia de deuses, ou da trindade de deuses, ou da dualidade de deuses, passam, e permanece apenas o único “Deus”, que a Bíblia ensina, que a natureza em todas as suas unidade maravilhosas proclama, que Jesus adorou.
Jabez Thomas Sunderland (1842-1936)
“...estejam sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês.” - I Pedro 3:15
Unitaristas não possuem credos. Nós temos, entretanto, um princípio central, e todas as nossas crenças distintas emergem deste princípio. Qual é este princípio? Provavelmente noventa e nove em cada cem pessoas diriam que seja nossa noção da Unidade de Deus em oposição à noção da Trindade. De maneira alguma. Essa não é a idéia central de onde nosso Unitarismo tem emergido. É verdade que foi isso que nos deu o nome de “Unitaristas”. Mas há algo muito mais profundo que isso, no qual nossa existência como um corpo ou movimento se enraíza. Essa coisa mais profunda e central é nossa crença na harmonia eterna e essencial entre a religião e a razão, ou, talvez melhor, na necessidade de sempre interpretar a religião à luz da razão, ou, possivelmente melhor ainda, na aplicação do método científico à religião. Esta nossa crença fixa e inerradicável é a chave, e a única chave para o Unitarismo.
É verdade que como corpo, cremos na unicidade e não na trindade de Deus. Mas cremos nisso porque nosso princípio de interpretação religiosa à luz da razão, ou da aplicação do método científico à religião nos compele a crer assim. A Bíblia, estudada à luz desse princípio, não ensina a respeito de nenhuma trindade, mas sempre e em todo lugar, um Deus, e apenas um.
Saindo desse grande livro que nos veio por meio dos judeus, e que chamamos de Bíblia, e indo para aquela outra grande “bíblia” de Deus, o Livro da Natureza, que a ciência tem lido tão rapidamente, não encontramos lá nenhum traço de mais de um Deus. Em todo lugar da natureza há unidade, correlação, harmonia de desígnio e de ação, que nos conta a respeito de uma Sabedoria e Poder suprema, indivisa, que está acima de tudo, abaixo de tudo, além de tudo. E não há nenhum traço em lugar algum de um segundo ou terceiro Ser.
Quando vamos para as mitologias pagãs, e para as especulações e noções cruas de homens que viveram nas eras antigas, escuras, e não-científicas
Magalhães Luís
Aqui, então, você vê porque cremos em um Deus, e apenas um, e nos encontramos compelidos a rejeitar todas essas noções mitológicas de pluralidades de deuses, tomem essas pluralidades a forma de uma trindade ou de qualquer outro número. Temos que crer da forma que cremos, ou abandonar nosso princípio fundamental – nosso princípio distintivo – ou seja, que a religião é uma coisa de luz, e não de escuridão; uma coisa para ser investigada, julgada, interpretada à luz da razão.
Uma outra doutrina abraçada por uma crescente proporção dos unitaristas é a doutrina de que Jesus não era Deus, nem um ser meio Deus e meio homem, mas que ele tenha sido simplesmente um homem – um grande e providencial homem, que surgiu para fazer uma obra religiosa para o mundo, uma como a que Homero fez para o mundo na poesia, ou Platão na filosofia, ou Bacon na ciência. Um homem continental, um Mont Blanc dentre os homens, mas ainda assim apenas um homem. Por que cremos nisso? É essa uma doutrina que o Unitarismo no começo estabeleceu como um postulado, dizendo: “Tornarei esta uma de minhas bases, que a ninguém será permitido mover”? Não, de forma alguma. Nada assim foi feito. Ao contrário, esta doutrina, como aquela mencionada antes, da unidade de Deus, resultou do princípio de que religião verdadeira deva ser racional, e de que o método científico deva ser aplicado à religião como a qualquer outra coisa. Ao aplicar este princípio, o resultado foi inevitavelmente alcançado, apesar de tê-lo sido feito relutantemente. No começo muitos unitaristas pararam na casa do meio, e disseram que Jesus, apesar de não ser Deus, era um super-humano – um ser angélico ou super-angélico. Na verdade, muitos ainda abraçam esta doutrina a seu respeito. Mas para mim, esta doutrina parece, no mínimo, ilógica; nosso princípio a condena a desaparecer. Todas aquelas pessoas no mundo que acreditariam numa religião irracional como sendo racional, e que dizem que a religião seja algo sobre a qual não se deva aplicar os métodos científicos de investigação, quase que certamente continuarão a crer que Jesus Cristo era Deus; mas aqueles que não conseguem consentir no divórcio entre a religião e a razão, e que se mantenham fiéis ao princípio de que a religião apenas se mostre mais claramente verdadeira se for examinada mais profundamente, creio que não possam discordar da posição que declarei ser a posição unitarista legítima, a de que Jesus foi um homem – um grande e providencial homem, que veio no tempo de Deus para levar uma grande parte da raça à uma religião mais pura e melhor do que o mundo tinha conhecido antes.
O passado distante do Velho Mundo, como temos aprendido das pesquisas dos estudiosos nos campos da filosofia e da história antiga, e das literaturas e religiões dos antigos povos da Europa e da Ásia, está cheio de relatos de encarnações, concepções miraculosas, deuses habitando na terra, homens descendendo dos deuses, seres metade homens e metade deuses, e coisas do tipo. Mas não nenhuma delas que resista ao toque da investigação científica cuidadosa. Descobre-se que esses contos são meros mitos e fantasias de uma era crédula e não-científica. Da mesma forma, as noções da Cristandade de que Jesus tenha sido concebido miraculosamente , e que descenda de Deus sem que tenha um pai humano, e que seja uma combinação do infinito Deus e de um homem finito, não passam pelo teste de uma crítica confiável. Há pouquíssimas passagens no Novo Testamento que, sob qualquer interpretação sensata, possam dar o mínimo de apoio a tais noções a respeito de Jesus. E as poucas que há podem certamente ser consideradas errôneas mais facilmente do que podemos supor que coisas tão anormais tenham ocorrido, tão contrárias à toda a experiência humana. Certamente não é científico nem racional rejeitar como algo não digno de investigação cuidadosa as narrativas hindus de encarnações, e as narrativas gregas de personagens meio-deuses, meio-humanos, e ao mesmo tempo, com as evidências insignificantes que temos (que muitos dos melhores estudos e críticas de nossa era declaram não ser evidência alguma), continuarmos afirmando que houve uma encarnação real do Grande Jeová dentre os judeus da Palestina, e que Jesus era Deus e homem.
Aqui, então, você vê porque cremos em um Deus, e apenas um, e nos encontramos compelidos a rejeitar todas essas noções mitológicas de pluralidades de deuses, tomem essas pluralidades a forma de uma trindade ou de qualquer outro número. Temos que crer da forma que cremos, ou abandonar nosso princípio fundamental – nosso princípio distintivo – ou seja, que a religião é uma coisa de luz, e não de escuridão; uma coisa para ser investigada, julgada, interpretada à luz da razão.
Uma outra doutrina abraçada por uma crescente proporção dos unitaristas é a doutrina de que Jesus não era Deus, nem um ser meio Deus e meio homem, mas que ele tenha sido simplesmente um homem – um grande e providencial homem, que surgiu para fazer uma obra religiosa para o mundo, uma como a que Homero fez para o mundo na poesia, ou Platão na filosofia, ou Bacon na ciência. Um homem continental, um Mont Blanc dentre os homens, mas ainda assim apenas um homem. Por que cremos nisso? É essa uma doutrina que o Unitarismo no começo estabeleceu como um postulado, dizendo: “Tornarei esta uma de minhas bases, que a ninguém será permitido mover”? Não, de forma alguma. Nada assim foi feito. Ao contrário, esta doutrina, como aquela mencionada antes, da unidade de Deus, resultou do princípio de que religião verdadeira deva ser racional, e de que o método científico deva ser aplicado à religião como a qualquer outra coisa. Ao aplicar este princípio, o resultado foi inevitavelmente
O passado distante do Velho Mundo, como temos aprendido das pesquisas dos estudiosos nos campos da filosofia e da história antiga, e das literaturas e religiões dos antigos povos da Europa e da Ásia, está cheio de relatos de encarnações, concepções miraculosas, deuses habitando na terra, homens descendendo dos deuses, seres metade homens e metade deuses, e coisas do tipo. Mas não nenhuma delas que resista ao toque da investigação científica cuidadosa. Descobre-se que esses contos são meros mitos e fantasias de uma era crédula e não-científica.
Magalhães Luís
Mas não vou me alongar neste ponto. O meu pensamento simples é que a ideia que nós Unitaristas temos a respeito de Jesus não é uma ideia que delimitamos como parte de um credo imposto que construímos para nós mesmos, ou qualquer outra coisa deste tipo. É simplesmente a ideia à qual nosso o princípio (que a religião e a razão devam andar de mãos dadas em todas as circunstâncias e que o método científico deva ser aplicado à religião como a qualquer outra coisa) tem irresistivelmen te nos levado. Em outras palavras, o nosso Jesus, como afirmamos, é o Jesus da história verificada, o Jesus da investigação, o Jesus da razão, o amoroso, sábio, devoto, heróico, o Jesus-homem grandiosamente inspirado, que permanece depois de as nuvens que a superstição, e mito, e especulação teológica ao seu redor tiverem desaparecido – e ele mesmo, em seu próprio ser apareça.
Outra doutrina que nós Unitaristas temos em comum é a doutrina da dignidade da natureza humana – a doutrina de que o homem por natureza não é corrupto, depravado, nem incapaz de fazer qualquer coisa agradável ao céu – mas que ele tem em si mesmo naturalmente muita coisa boa. Por que cremos nisso? Porque os fatos nos compelem a fazê-lo. Olhamos para nossa própria terra, não apenas dentro das igrejas, mas fora delas, não apenas dentre cristãos professos, mas dentre aqueles que não professam nenhuma religião; não, olhamos para além de nossa própria terra, até mesmo para países onde o Cristianismo, como tal, é desconhecido, e em todos os lugares vemos homens e mulheres praticando ações benignas, amorosas, belas, nobres – os tipos de ações que Jesus sempre ordenava, os tipos de ações que chamamos de cristãs quando vemos serem praticadas por outros cristãos professos. Nós Unitaristas afirmamos, portanto, que elas sejam essencialmente ações cristãs, e que a religião pura e o verdadeiro cristianismo sejam algo nativo ao coração do homem. Dessa forma, a humanidade não pode ser por natureza – como as Confissões de Fé de pelo menos duas das principais denominações ortodoxas do país afirmam - “morta no pecado, completamente maculada em todas as suas faculdades e partes da alma e do corpo”, “oposta a todo o bem, e plenamente inclinada ao mal”. Dizer isso é contradizer não apenas os melhores ensinamentos da Bíblia, mas também os fatos como estes aparecem em todos os lugares da terra aos olhos de todo homem não-preconceitu oso.
Outra doutrina que nós Unitaristas abraçamos é a de que a Bíblia não seja um livro homogêneo, com todas as suas partes sendo de igual valor, mas que ela seja uma coleção de muitos livros, escritos em épocas muito diferentes, e por homens diferentes, e por diferentes motivos, e que sejam de diferentes níveis de exatidão e autenticidade, e que com o passar das eras estes livros se juntaram em sua forma presente, e que ninguém saiba exatamente como; alguns dos livros se ocupam principalmente com genealogias hebraicas e tais coisas que não poderiam ser de muito valor fora do povo judeu; outros daqueles livros contêm relatos e declarações que nossa ciência moderna nos diz não poderem ser possivelmente corretos, e que somos, portanto, obrigados a descartar; outros, ainda, como os Salmos, o Livro de Jó, Isaías, os Evangelhos, e algumas das Epístolas de Paulo, estão repletos das maiores e mais elevadas verdades e inspirações religiosas que Deus deu ao homem. Então, vamos à Bíblia como a uma mina de ouro – não querendo dizer com isso que tudo que encontramos lá seja como ouro, mas admitindo livremente, como a investigação honesta e cândida nos compele a fazer, que algumas das coisas que encontramos sejam pedras, e um pouco de areia, e um pouco do quartzo que segura o ouro, enquanto que outras coisas – e uma grande quantidade – é o próprio ouro, precioso e indestrutível. Isso é o que nós, como Unitaristas, cremos a respeito da Bíblia.
Mas não vou me alongar neste ponto. O meu pensamento simples é que a ideia que nós Unitaristas temos a respeito de Jesus não é uma ideia que delimitamos como parte de um credo imposto que construímos para nós mesmos, ou qualquer outra coisa deste tipo. É simplesmente a ideia à qual nosso o princípio (que a religião e a razão devam andar de mãos dadas em todas as circunstâncias e que o método científico deva ser aplicado à religião como a qualquer outra coisa) tem irresistivelmen
Outra doutrina que nós Unitaristas temos em comum é a doutrina da dignidade da natureza humana – a doutrina de que o homem por natureza não é corrupto, depravado, nem incapaz de fazer qualquer coisa agradável ao céu – mas que ele tem em si mesmo naturalmente muita coisa boa. Por que cremos nisso? Porque os fatos nos compelem a fazê-lo. Olhamos para nossa própria terra, não apenas dentro das igrejas, mas fora delas, não apenas dentre cristãos professos, mas dentre aqueles que não professam nenhuma religião; não, olhamos para além de nossa própria terra, até mesmo para países onde o Cristianismo, como tal, é desconhecido, e em todos os lugares vemos homens e mulheres praticando ações benignas, amorosas, belas, nobres – os tipos de ações que Jesus sempre ordenava, os tipos de ações que chamamos de cristãs quando vemos serem praticadas por outros cristãos professos. Nós Unitaristas afirmamos, portanto, que elas sejam essencialmente ações cristãs, e que a religião pura e o verdadeiro cristianismo sejam algo nativo ao coração do homem. Dessa forma, a humanidade não pode ser por natureza – como as Confissões de Fé de pelo menos duas das principais denominações ortodoxas do país afirmam - “morta no pecado, completamente maculada em todas as suas faculdades e partes da alma e do corpo”, “oposta a todo o bem, e plenamente inclinada ao mal”. Dizer isso é contradizer não apenas os melhores ensinamentos da Bíblia, mas também os fatos como estes aparecem em todos os lugares da terra aos olhos de todo homem não-preconceitu
Outra doutrina que nós Unitaristas abraçamos é a de que a Bíblia não seja um livro homogêneo, com todas as suas partes sendo de igual valor, mas que ela seja uma coleção de muitos livros, escritos em épocas muito diferentes, e por homens diferentes, e por diferentes motivos, e que sejam de diferentes níveis de exatidão e autenticidade, e que com o passar das eras estes livros se juntaram em sua forma presente, e que ninguém saiba exatamente como; alguns dos livros se ocupam principalmente com genealogias hebraicas e tais coisas que não poderiam ser de muito valor fora do povo judeu; outros daqueles livros contêm relatos e declarações que nossa ciência moderna nos diz não poderem ser possivelmente corretos, e que somos, portanto, obrigados a descartar; outros, ainda, como os Salmos, o Livro de Jó, Isaías, os Evangelhos, e algumas das Epístolas de Paulo, estão repletos das maiores e mais elevadas verdades e inspirações religiosas que Deus deu ao homem. Então, vamos à Bíblia como a uma mina de ouro – não querendo dizer com isso que tudo que encontramos lá seja como ouro, mas admitindo livremente, como a investigação honesta e cândida nos compele a fazer, que algumas das coisas que encontramos sejam pedras, e um pouco de areia, e um pouco do quartzo que segura o ouro, enquanto que outras coisas – e uma grande quantidade – é o próprio ouro, precioso e indestrutível. Isso é o que nós, como Unitaristas, cremos a respeito da Bíblia.
Magalhães Luís
E por que cremos nisso, em vez de crermos na teoria “ortodoxa” predominante da infalibilidade perfeita de todas as partes e palavras da Bíblia? Simplesmente porque não há nenhuma outra alternativa para nós. Somos obrigados a crer nisso, caso contrário fecharíamos nossos olhos e nos recusaríamos a receber a luz que a ciência e os estudos nos estão trazendo.
Nós Unitaristas também abraçamos uma doutrina diferente a respeito de Revelação da que geralmente é abraçada em outras denominações. Cremos que Deus não tenha se revelado simplesmente uma vez, e isso no passado distante, mas que Ele tem se revelado sempre desde o início da história humana, e que ainda esteja se revelando – na Bíblia, em outros grandes livros das eras, na história humana, em toda a natureza desde o grandioso sol ao menor dos insetos, na mente e no coração humanos, e que com o passar das eras, com o crescimento da ciência, com o homem alcançando realizações mais elevadas na civilização e na cultura espiritual, Ele se revelará ainda mais.
Outra de nossas doutrinas é a que a inspiração não seja algo trancado em um livro, ou confinado a qualquer era ou povo, mas é uma coisa perpétua e viva, pertencente a todos os tempos e a todos os povos, que agora, hoje, e aqui na América, da mesma forma como há dois ou três mil anos, ou na Palestina, o Infinito Espírito de Sabedoria, e Amor, e Paz aguarda vir com sua inspiração a toda alma devota e sincera.
Outra doutrina nossa é que a salvação não é algo que possa ser transferido de uma pessoa a outra, ou que possa ser comprado para nós por qualquer ser exterior a nós próprios. Em vez disso, a salvação é uma questão de caráter e vida, que cada homem deve realizar por si próprio. A virtude é salvação; o vício é perdição. Todo homem é responsável por si mesmo, e sua culpa não pode ser transferida para outro. Deus não pode manter toda a raça humana culpada pelo que Adão fez – é inacreditável. Mesmo que Jesus não tivesse guardado as leis de Deus tão perfeitamente, isso não teria teria nenhum peso para ninguém mais a não ser ele mesmo. Ser salvo não é aceitar um acordo, mas obedecer todas as leis do seu próprio ser – físicas, mentais, morais, espirituais. E tal obediência não assegura uma salvação em um céu distante apenas. É salvação aqui e agora.
Outra de nossas crenças é que “Deus é o mesmo ontem, hoje, e sempre”, e que, portanto, se Ele é complacente com todos os seus filhos humanos agora, neste mundo, Ele não será menos complacente conosco no próximo mundo. Se Ele é o Pai de todos nós aqui, Ele será o Pai de todos nós lá, e nada jamais poderá nos arrancar de Sua mão ou Seu coração.
E por que cremos nisso, em vez de crermos na teoria “ortodoxa” predominante da infalibilidade perfeita de todas as partes e palavras da Bíblia? Simplesmente porque não há nenhuma outra alternativa para nós. Somos obrigados a crer nisso, caso contrário fecharíamos nossos olhos e nos recusaríamos a receber a luz que a ciência e os estudos nos estão trazendo.
Nós Unitaristas também abraçamos uma doutrina diferente a respeito de Revelação da que geralmente é abraçada em outras denominações. Cremos que Deus não tenha se revelado simplesmente uma vez, e isso no passado distante, mas que Ele tem se revelado sempre desde o início da história humana, e que ainda esteja se revelando – na Bíblia, em outros grandes livros das eras, na história humana, em toda a natureza desde o grandioso sol ao menor dos insetos, na mente e no coração humanos, e que com o passar das eras, com o crescimento da ciência, com o homem alcançando realizações mais elevadas na civilização e na cultura espiritual, Ele se revelará ainda mais.
Outra de nossas doutrinas é a que a inspiração não seja algo trancado em um livro, ou confinado a qualquer era ou povo, mas é uma coisa perpétua e viva, pertencente a todos os tempos e a todos os povos, que agora, hoje, e aqui na América, da mesma forma como há dois ou três mil anos, ou na Palestina, o Infinito Espírito de Sabedoria, e Amor, e Paz aguarda vir com sua inspiração a toda alma devota e sincera.
Outra doutrina nossa é que a salvação não é algo que possa ser transferido de uma pessoa a outra, ou que possa ser comprado para nós por qualquer ser exterior a nós próprios. Em vez disso, a salvação é uma questão de caráter e vida, que cada homem deve realizar por si próprio. A virtude é salvação; o vício é perdição. Todo homem é responsável por si mesmo, e sua culpa não pode ser transferida para outro. Deus não pode manter toda a raça humana culpada pelo que Adão fez – é inacreditável. Mesmo que Jesus não tivesse guardado as leis de Deus tão perfeitamente, isso não teria teria nenhum peso para ninguém mais a não ser ele mesmo. Ser salvo não é aceitar um acordo, mas obedecer todas as leis do seu próprio ser – físicas, mentais, morais, espirituais. E tal obediência não assegura uma salvação em um céu distante apenas. É salvação aqui e agora.
Outra de nossas crenças é que “Deus é o mesmo ontem, hoje, e sempre”, e que, portanto, se Ele é complacente com todos os seus filhos humanos agora, neste mundo, Ele não será menos complacente conosco no próximo mundo. Se Ele é o Pai de todos nós aqui, Ele será o Pai de todos nós lá, e nada jamais poderá nos arrancar de Sua mão ou Seu coração.
Magalhães Luís
Outras doutrinas nos diferem em grau maior ou menor de outras seitas ao nosso redor, mas essas que mencionei são as principais. Estas dão uma idéia tão boa quanto possível para eu dar do que é que defendemos como um grupo. Como disse, nosso princípio central é que o mesmo Deus que fez nossas mentes e ordenou-as a pensar, que fez nossos corações, e ordenou-os a amar e adorar, e que nenhuma religião pode possivelmente ser verdadeira se não passar pelo teste da investigação, e cuja divindade não se torna mais aparente ao se jogar sobre ela toda a luz que pudermos conseguir. Cremos ser a ciência tão amiga da verdadeira religião quanto inimiga da falsa religião e da superstição. Cremos ser a razão um dom de Deus, e não do diabo, e algo que nós não apenas podemos, mas devemos exercitar em se tratando de religião, ou afundaremos em superstições tão falsas quanto o inferno – e que insistem em chamar de religião. E tenho me esforçado para mostrar que todas as nossas doutrinas a respeito de Deus, e Jesus, e da Bíblia, e da revelação, e da inspiração, e da salvação, e das recompensas e punições da próxima vida, e de todos os outros temas do pensamento religioso, vêm diretamente deste único e grandioso princípio nosso – de, como Paulo diz, “provar todas as coisas, e se agarrar àquilo que for bom”, ou, como declarei neste discurso, “aplicar o método científico” a todas as coisas, incluindo a religião.
Assim vemos que, apesar de o Unitarismo não ter credos, e trabalhar pouco para mero engrandecimento denominacional, e não ter se estabelecido no princípio como uma seita ou fazer a obra de uma seita, mas para realizar a obra de purificação e reforma que deveria alcançar todas as seitas, e afastar-lhes todas de seu sectarismo para algo que fosse maior, mais refinado, e mais permanente, por ser mais natural que quaisquer sectarismos jamais poderão ser, ainda assim, por ter baseado suas reformas animadas e governadas por um princípio central, chegou logo a uma unidade essencial de visões teológicas – uma unidade que sempre manteve, e que deve sempre manter, pois religião interpretada pela razão, ou religião submetida ao método científico, leva necessariamente , como cremos, ao que são essencialmente essas doutrinas das quais falei hoje.
Você duvida que leve a isso? Veja as provas disso dentre as próprias denominações ortodoxas. Diga-me, a ortodoxia da qual ouvimos hoje é a mesma ortodoxia da qual costumávamos ouvir, digamos, vinte anos atrás? Não houve nenhuma mudança? Nenhuma doutrina foi suavizada? Nenhuma caiu para o plano de fundo? Nenhum avanço teológico foi feito? Todos sabemos que houve uma considerável mudança, um considerável avanço teológico, nos últimos vinte anos, e isto, apesar dos esforços opostos mais determinados e persistentes dos teólogos, dos pregadores de mentes mais estreitas e ultra-evangélic os e dos editores das várias seitas ortodoxas, e especialmente dos revivificadores . Em qual direção rumou o avanço? Tem ido, cada parte dele, exatamente em direção ao Unitarismo. A ortodoxia deste país hoje está mais próximo do Unitarismo que era há vinte anos atrás.
E por que não estaria? Não é esta a era científica? Não é uma era de investigação? Não é uma era na qual se está desacorrentando a razão, como nenhuma era anterior jamais foi capaz de fazer? Por que, então, esperar que quaisquer mudanças teológicas que ocorram sigam qualquer outra direção além daquela teologia particular que veio a existir como uma teologia racional – aquela teologia particular que surgiu da grandiosa idéia central da razão na religião?
E assim, amigos, como o Unitarismo hoje se projeta ao futuro, vocês duvidam que ele seja pleno de esperança?
Não que nosso nome, Unitarista, seja algo que necessariamente deva sempre permanecer. Estou disposto a pensar que não permanecerá. Já que, realmente, esse nome não é adequado – é muito estreito para designar propriamente o grande movimento e princípios que defendemos. Tão correto quanto vá: não vai muito longe; não é amplo o suficiente, tem uma aparência muito sectária. Esta é a razão pela qual tão freqüentemente nos designamos por outro nome um tanto mais amplo, Cristãos Liberais. O nome que eu mesmo prefiro, por pensar que nos descreva muito melhor que qualquer outro, é o nome Cristãos Racionais. Entretanto, nomes significam muito pouco neste mundo. A coisa é o que queremos. E a coisa que o nome Unitarista, ou Universalista, ou Cristão Liberal, ou Cristão Racional, ou qualquer outro nome que possa ser aplicado significa, essa coisa não passará; essa coisa, com o aumento do conhecimento, e com o domínio maior da ciência, e com o avanço da civilização, e com a razão se tornando cada vez mais o guia das vidas dos homens, deve se tornar a herdeira do futuro.
CHICAGO, Julho de 1876.
Outras doutrinas nos diferem em grau maior ou menor de outras seitas ao nosso redor, mas essas que mencionei são as principais. Estas dão uma idéia tão boa quanto possível para eu dar do que é que defendemos como um grupo. Como disse, nosso princípio central é que o mesmo Deus que fez nossas mentes e ordenou-as a pensar, que fez nossos corações, e ordenou-os a amar e adorar, e que nenhuma religião pode possivelmente ser verdadeira se não passar pelo teste da investigação, e cuja divindade não se torna mais aparente ao se jogar sobre ela toda a luz que pudermos conseguir. Cremos ser a ciência tão amiga da verdadeira religião quanto inimiga da falsa religião e da superstição. Cremos ser a razão um dom de Deus, e não do diabo, e algo que nós não apenas podemos, mas devemos exercitar em se tratando de religião, ou afundaremos em superstições tão falsas quanto o inferno – e que insistem em chamar de religião. E tenho me esforçado para mostrar que todas as nossas doutrinas a respeito de Deus, e Jesus, e da Bíblia, e da revelação, e da inspiração, e da salvação, e das recompensas e punições da próxima vida, e de todos os outros temas do pensamento religioso, vêm diretamente deste único e grandioso princípio nosso – de, como Paulo diz, “provar todas as coisas, e se agarrar àquilo que for bom”, ou, como declarei neste discurso, “aplicar o método científico” a todas as coisas, incluindo a religião.
Assim vemos que, apesar de o Unitarismo não ter credos, e trabalhar pouco para mero engrandecimento
Você duvida que leve a isso? Veja as provas disso dentre as próprias denominações ortodoxas. Diga-me, a ortodoxia da qual ouvimos hoje é a mesma ortodoxia da qual costumávamos ouvir, digamos, vinte anos atrás? Não houve nenhuma mudança? Nenhuma doutrina foi suavizada? Nenhuma caiu para o plano de fundo? Nenhum avanço teológico foi feito? Todos sabemos que houve uma considerável mudança, um considerável avanço teológico, nos últimos vinte anos, e isto, apesar dos esforços opostos mais determinados e persistentes dos teólogos, dos pregadores de mentes mais estreitas e ultra-evangélic
E por que não estaria? Não é esta a era científica? Não é uma era de investigação? Não é uma era na qual se está desacorrentando
E assim, amigos, como o Unitarismo hoje se projeta ao futuro, vocês duvidam que ele seja pleno de esperança?
Não que nosso nome, Unitarista, seja algo que necessariamente
CHICAGO, Julho de 1876.
Palavra Académica »» O cristianismo hodierno não caiu do céu nem é o resultado de qualquer decreto fundador, elaborado por Yeshua (Cristo). Surge de um processo conflituoso que vai, grosso modo, dos anos 30 aos finais do século II. Na fonte, está o impacto decisivo que Jesus produziu nos seus seguidores e que pôs em movimento uma série de grupos diversos que se vinculavam com ele, ainda que de modos diferentes.
Irrompeu na Palestina, mas com os judeo-helenista s (e Paulo) tornou-se um movimento universal. A investigação mostra que o cristianismo das origens era bastante mais plural do que o cristianismo do nosso tempo.
Neste contexto, usa-se a palavra ecclesia para designar o grupo daqueles que se dizem seguidores de Jesus e a palavra cristianismo refere-se mais à cultura que tem a sua inspiração nos valores evangélicos, penetrando no Império Romano, muito antes de contar com o apoio imperial. Jesus morre no ano 30/33 e o Édito de Constantino é só dos começos do século IV. O processo do cristianismo está, praticamente, concluído no século II, quanto aos seus elementos organizativos, às suas Escrituras e aos seus ritos próprios. É, pois, muito anterior ao apoio imperial. A ortodoxia surge, sobretudo, com os concílios ecuménicos. O primeiro foi o de Niceia (325) e esse, sim, já conta com o apoio de Constantino, mas as orientações fundamentais já estavam tomadas.
Pergunta-se, com frequência: afinal, porque é que o cristianismo triunfou? A resposta mais directa seria a seguinte: num momento de crise da ideologia oficial, dispunha de comunidades socialmente heterogénias, culturalmente mestiças, que ofereciam identidade e ajuda material. Isto tudo junto representava uma certa novidade na história. Eram comunidades que, por um lado, desenvolveram, muito cedo, capacidade de diálogo com as elites culturais e, por outro, tinham um sistema sacramental que oferecia um clima de acolhimento, inclusive emocional, para a gente mais simples.
3. Donde virá, agora, tanto interesse pelo estudo das origens do cristianismo, sendo os seus paradigmas culturais tão diferentes dos nossos? É verdade que o paradigma cultural em que se expandiram as primeiras comunidades e aquele em que vivem os cristãos no nosso mundo globalizado é completamente diferente, mas nem por isso perderam capacidade de nos interpelar.
No cristianismo das origens, as comunidades eram muito participativas, com grande capacidade de acolhimento e integração da diversidade. São o contrário do pensamento único. Existe, também, nos testemunhos desse começo, inspiração e possibilidades que nunca se desenvolveram. O impressionante protagonismo das mulheres, por exemplo, ficou quase inédito no cristianismo posterior.
R. Aguirre observa que se continua a insistir demasiado na Igreja “mãe e mestra” e pouco na sua condição de irmã de toda a humanidade com a qual deve caminhar. Se a Igreja tem muito a dizer, também tem muito a aprender. Para reencontrar a sua proposta, tem de desenvolver uma nova capacidade de escuta. O diálogo não é uma táctica. É o espelho da nossa condição na sociedade e na Igreja.
Hoje, perante as inumeráveis vítimas da crise do império universal da especulação financeira, que sugere o espírito de Cristo ou Yeshua às Igrejas/ Congregações, a nível local e global, para descobrir os caminhos de uma nova cultura de solidariedade, agregando todas as pessoas de boa vontade?
(1) Así empezó el Cristianismo, Verbo Divino, 2010
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