Um pequeno trechinho da incoerência do NT.
Primeiro ele repete o que está no Tanak:
Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
Mateus 12:7-8
Até aí tudo bem, sem problemas. Mas eu gostaria de saber POR QUE ele precisou ''se sacrificar'' então para perdoar as pessoas pelos seus pecados? Sendo ele Deus(ou parte da divindade, como preferirem) não seria mais simples apenas perdoar as pessoas? Vocês realmente não conseguem ver a incoerência da fala dele para suas ações? Uma hora ele diz que prefere misericórdia, então POR QUE ele simplesmente não agiu com misericórdia e teve que ''se sacrificar?
P.S.: Não quero ofender absolutamente ninguém, mas que o sacrifício de Jesus se comparado com sua fala, não tem um pingo de nexo...Não tem!
Primeiro ele repete o que está no Tanak:
Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.
Mateus 12:7-8
Até aí tudo bem, sem problemas. Mas eu gostaria de saber POR QUE ele precisou ''se sacrificar'' então para perdoar as pessoas pelos seus pecados? Sendo ele Deus(ou parte da divindade, como preferirem) não seria mais simples apenas perdoar as pessoas? Vocês realmente não conseguem ver a incoerência da fala dele para suas ações? Uma hora ele diz que prefere misericórdia, então POR QUE ele simplesmente não agiu com misericórdia e teve que ''se sacrificar?
P.S.: Não quero ofender absolutamente ninguém, mas que o sacrifício de Jesus se comparado com sua fala, não tem um pingo de nexo...Não tem!
Jonas Justiniano
Simples. O sacrifício era sim ordenado por Deus, mas o sacrifício teria que ser feito COM UM CORAÇÃO ARREPENDIDO, senão de nada valeu os sacrifícios ordenados pela Torah.
Simples. O sacrifício era sim ordenado por Deus, mas o sacrifício teria que ser feito COM UM CORAÇÃO ARREPENDIDO, senão de nada valeu os sacrifícios ordenados pela Torah.
Jonas Justiniano
Cristo oferece arrependimento aos seus, porém o sacrifício é o que rime o verdadeiro pecador que se arrepende.
Cristo oferece arrependimento aos seus, porém o sacrifício é o que rime o verdadeiro pecador que se arrepende.
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Jonas Justiniano
Quer dizer, ele não oferece, ele CONCEDE.
Quer dizer, ele não oferece, ele CONCEDE.
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Rodrigo Mourão
Com todo respeito Jonas Justiniano, segundo o Tanak não precisamos do sacrifício de Jesus. Eis o que verdadeiramente temos que fazer para sermos perdoados dos nossos pecados.
Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça,
Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
De TODOS os seus pecados que COMETEU(tempo passado) NÃO SE TERÁ MEMÓRIA CONTRA ELE; juízo e justiça fez, certamente viverá.
Ezequiel 33:14-16
Com todo respeito Jonas Justiniano, segundo o Tanak não precisamos do sacrifício de Jesus. Eis o que verdadeiramente
Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça,
Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
De TODOS os seus pecados que COMETEU(tempo passado) NÃO SE TERÁ MEMÓRIA CONTRA ELE; juízo e justiça fez, certamente viverá.
Ezequiel 33:14-16
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Jonas Justiniano
WTF?
WTF?
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Rodrigo Mourão
D-us realmente queria o sacrifício de Isaac? Por que então não deixou ele se completar? '-'
D-us realmente queria o sacrifício de Isaac? Por que então não deixou ele se completar? '-'
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Rodrigo Mourão
Além disso Ezequiel diz que não precisamos é de sacrifício nenhum para sermos perdoados.
De TODOS os seus pecados que COMETEU(tempo passado) NÃO SE TERÁ MEMÓRIA CONTRA ELE; juízo e justiça fez, certamente viverá.
Ezequiel 33:16
Além disso Ezequiel diz que não precisamos é de sacrifício nenhum para sermos perdoados.
De TODOS os seus pecados que COMETEU(tempo passado) NÃO SE TERÁ MEMÓRIA CONTRA ELE; juízo e justiça fez, certamente viverá.
Ezequiel 33:16
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Jonas Justiniano
Esse não foi o tema. Você usou as palavras de Cristo para chama-lo de inocente por citar que Cristo primeiro afirmou que Deus quer misericórdia e não sacrifício, e depois se ofereceu. E eu mostrei que isso ocorria noa torah. O sacrifício deve ser feito, mas com um coração puro para o perdão do pecador.
Esse não foi o tema. Você usou as palavras de Cristo para chama-lo de inocente por citar que Cristo primeiro afirmou que Deus quer misericórdia e não sacrifício, e depois se ofereceu. E eu mostrei que isso ocorria noa torah. O sacrifício deve ser feito, mas com um coração puro para o perdão do pecador.
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Jonas Justiniano
Deus não fez o de Isac, mas PEDIU.
Deus não fez o de Isac, mas PEDIU.
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Rodrigo Mourão
Obviamente. Se não fosse(um teste) Ele deixaria ter ocorrido. Se interveio é porque simplesmente não queria isso. Isso é óbvio.
Obviamente. Se não fosse(um teste) Ele deixaria ter ocorrido. Se interveio é porque simplesmente não queria isso. Isso é óbvio.
Jonas Justiniano
Que seja, Deus PEDIU. Deus pediu, e para nós simboliza um sacrifício humano que viria remir a humanidade.
Que seja, Deus PEDIU. Deus pediu, e para nós simboliza um sacrifício humano que viria remir a humanidade.
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Rodrigo Mourão
Ok, mas está totalmente em desacordo com o Tanak. (y)
Ok, mas está totalmente em desacordo com o Tanak. (y)
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Rodrigo Mourão
Quero saber onde o sacrifício de Jesus se encaixa na passagem que eu citei de Ezequiel.
Quero saber onde o sacrifício de Jesus se encaixa na passagem que eu citei de Ezequiel.
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Jonas Justiniano
Concordo, Deus não queria, NAQUELE MOMENTO. Mas a questão é o PEDIDO EM SI.
Concordo, Deus não queria, NAQUELE MOMENTO. Mas a questão é o PEDIDO EM SI.
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Jonas Justiniano
Porque Deus pediria algo abominável?
Porque Deus pediria algo abominável?
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Jonas Justiniano
Por que ele não disse simplesmente: "MATA O SEU FILHO", e não SACRIFÍCA O SEU FILHO?
Por que ele não disse simplesmente: "MATA O SEU FILHO", e não SACRIFÍCA O SEU FILHO?
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Rodrigo Mourão
A questão era o sacrifício ou o teste de fé a Abraão?
A questão era o sacrifício ou o teste de fé a Abraão?
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Jonas Justiniano
Se fosse somente um teste, porque ele não disse:"MATA O SEU FILHO?"
Se fosse somente um teste, porque ele não disse:"MATA O SEU FILHO?"
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Jonas Justiniano
Ele falou SACRIFICA-O.
Ele falou SACRIFICA-O.
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Jonas Justiniano
Diferente de MATAI-O.
Diferente de MATAI-O.
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Jonas Justiniano
Agora preciso ir ao culto.
Agora preciso ir ao culto.
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Jonas Justiniano
Shalom a todos.
Shalom a todos.
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Jonas Justiniano
Volto mais tarde.
Volto mais tarde.
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Rodrigo Mourão
Em hebraico a palavra sacrifício é 'korban'. Acha aí a palavra korban no verso onde na sua bíblia está dizendo 'sacrifica-o'.
Em hebraico a palavra sacrifício é 'korban'. Acha aí a palavra korban no verso onde na sua bíblia está dizendo 'sacrifica-o'.
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Rodrigo Mourão
וַיֹּאמֶר קַח נָא אֶת בִּנְךָ אֶת יְחִידְךָ אֲשֶׁר אָהַבְתָּ אֶת יִצְחָק וְלֶךְ לְךָ אֶל אֶרֶץ הַמֹּרִיָּה וְהַעֲלֵהוּ שָׁם לְעֹלָה עַל אַחַד הֶהָרִים אֲשֶׁר אֹמַר אֵלֶיךָ
וַיֹּאמֶר קַח נָא אֶת בִּנְךָ אֶת יְחִידְךָ אֲשֶׁר אָהַבְתָּ אֶת יִצְחָק וְלֶךְ לְךָ אֶל אֶרֶץ הַמֹּרִיָּה וְהַעֲלֵהוּ שָׁם לְעֹלָה עַל אַחַד הֶהָרִים אֲשֶׁר אֹמַר אֵלֶיךָ
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Rodrigo Mourão
Se não gosta de hebraico, se delicie com o latim.
2 Ait: “Tolle filium tuum unigenitum, quem diligis, Isaac et vade in terram Moria; atque offer eum ibi in holocaustum super unum montium, quem monstravero tibi”.
http:// www.vatican.va/ archive/bible/ nova_vulgata/ documents/ nova-vulgata_vt_ genesis_lt.html #22
Obs.: A Vulgata oficial do site do Vaticano usa o termo 'ofereça'(latim : offer). Uma oferenda fica a aceitação ou NÃO do destinatário. Então cai por terra essa tese da prefiguração, pois aí vemos que havia uma não real intenção de matar. Mas a intenção de OFERECER a morte, o que é bem diferente. ;)
Se não gosta de hebraico, se delicie com o latim.
2 Ait: “Tolle filium tuum unigenitum, quem diligis, Isaac et vade in terram Moria; atque offer eum ibi in holocaustum super unum montium, quem monstravero tibi”.
http://
Obs.: A Vulgata oficial do site do Vaticano usa o termo 'ofereça'(latim
Rodrigo Mourão
O verso diz 'ofereça', não diz 'mate-o'. A questão é que vocês cristãos leem apenas a João Ferreira de Almeida. Apesar de não muito confiável, prefiro mil vezes a Vulgata.
O verso diz 'ofereça', não diz 'mate-o'. A questão é que vocês cristãos leem apenas a João Ferreira de Almeida. Apesar de não muito confiável, prefiro mil vezes a Vulgata.
Magalhães Luís
Max Horkheimer, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt: "Jesus morreu pelos homens, não podia guardar-se para si próprio avaramente e pertencia a tudo o que sofre. Os Padres da Igreja fizeram disso uma religião, isto é, fizeram uma religião, que também para o mal (moral) era uma consolação. Desde então isso teve um êxito tal no mundo que pensar em Jesus nada tem a ver com a acção e ainda menos com os que sofrem. Quem lê o Evangelho e não vê que Jesus morreu contra os seus actuais representantes não sabe ler."
Max Horkheimer, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt: "Jesus morreu pelos homens, não podia guardar-se para si próprio avaramente e pertencia a tudo o que sofre. Os Padres da Igreja fizeram disso uma religião, isto é, fizeram uma religião, que também para o mal (moral) era uma consolação. Desde então isso teve um êxito tal no mundo que pensar em Jesus nada tem a ver com a acção e ainda menos com os que sofrem. Quem lê o Evangelho e não vê que Jesus morreu contra os seus actuais representantes não sabe ler."
Magalhães Luís
Temos a exigência de segui-lo no seu Evangelho do Reinado de Deus, no que ele quis e fez com os pecadores, as mulheres, os estrangeiros, na relação com o dinheiro, com a política, os pobres, Deus e a religião.
Temos a exigência de segui-lo no seu Evangelho do Reinado de Deus, no que ele quis e fez com os pecadores, as mulheres, os estrangeiros, na relação com o dinheiro, com a política, os pobres, Deus e a religião.
Magalhães Luís
Nas religiões, oferece-se sacrifícios à divindade - frutos, comida, animais, seres humanos -, para aplacá-la, agradecer, expiar os pecados, atrair bênçãos. A refeição sacrificial cultual criava relações de comunidade dos participantes com a divindade e entre si. Mas desgraçados dos seres humanos que foram oferecidos em sacrifício! Teria sido melhor não terem conhecido a religião. E que Deus seria esse que precisasse dos sacrifícios, sobretudo quando isso implicava a morte de homens ou mulheres?
A Bíblia, concretamente na sua linha profética, verberou os sacrifícios. Oseias põe na boca de Deus estas palavras: "Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais do que os holocaustos." E Amós: "Eu conheço as vossas maldades e a enormidade dos vossos pecados. Sois opressores do justo, aceitais subornos e violais o direito dos pobres no tribunal. Eu detesto e rejeito as vossas festas. Se me ofereceis holocaustos, não os aceito nem ponho os meus olhos nos sacrifícios das vossas vítimas gordas. Antes, jorre a equidade como uma fonte, e a justiça como torrente que não seca." E o profeta Isaías escreve: "De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? - diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros, de gorduras de bezerros. Não me agrada o sangue de vitelos, de cordeiros nem de bodes. Quando me viestes prestar culto, quem reclamou de vós semelhantes dons, ao pisardes o meu santuário? Não me ofereçais mais dons inúteis. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas."
Jesus retomou a palavra profética de Oseias: "Ide aprender, diz o Senhor, o que significa: 'Prefiro a misericórdia ao sacrifício'." Ele enfrentou profeticamente a casta sacerdotal e expulsou os vendilhões do Templo, tendo sido este acontecimento determinante para a sua condenação à morte na cruz, na sequência de uma coligação internacional - Jerusalém e Roma -, com interesses sacerdotais, económicos e políticos ameaçados.
Afinal, um Deus que precisasse de sacrifícios era um Deus pior do que os seres humanos, quando vivem uma humanidade boa e feliz. Que pai ou mãe quer que os filhos andem de joelhos ou de rastos diante deles e lhes ofereçam sacrifícios?
O sofrimento pelo sofrimento é inútil e deve-se combatê-lo, bem como às religiões doloristas que pregam o sofrimento como agradável a Deus e a via mais directa para o céu. Deus não precisa nem quer sacrifícios. Deus, que é amor, quer amor e justiça para todos, dando preferência aos marginalizados e aos pobres. Mas cá está. A prática do amor e da justiça, a contribuição real para uma sociedade boa e justa e mais feliz implicam capacidade de sacrificar-se. Agora, porém, é diferente: não se trata do sacrifício pelo sacrifício, mas das melhores causas da vida, que inevitavelmente exigem renúncia, entrega, doação. Aqui, o sacrifício surge em toda a sua dignidade, dita já no étimo latino: sacrum facere - tornar sagrado. Não há amor nem obra grande nem salvaguarda da humanidade na sua dignidade, sem a disposição para sacrificar-se pelo melhor. Quem ousa então ir até ao fim, superando os obstáculos do egoísmo e da preguiça e da mesquinhez e da opressão e entregando-se à realização da humanidade de todos os homens, faz algo de sagrado, torna o mundo humano e sagrado.
Nas religiões, oferece-se sacrifícios à divindade - frutos, comida, animais, seres humanos -, para aplacá-la, agradecer, expiar os pecados, atrair bênçãos. A refeição sacrificial cultual criava relações de comunidade dos participantes com a divindade e entre si. Mas desgraçados dos seres humanos que foram oferecidos em sacrifício! Teria sido melhor não terem conhecido a religião. E que Deus seria esse que precisasse dos sacrifícios, sobretudo quando isso implicava a morte de homens ou mulheres?
A Bíblia, concretamente na sua linha profética, verberou os sacrifícios. Oseias põe na boca de Deus estas palavras: "Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais do que os holocaustos." E Amós: "Eu conheço as vossas maldades e a enormidade dos vossos pecados. Sois opressores do justo, aceitais subornos e violais o direito dos pobres no tribunal. Eu detesto e rejeito as vossas festas. Se me ofereceis holocaustos, não os aceito nem ponho os meus olhos nos sacrifícios das vossas vítimas gordas. Antes, jorre a equidade como uma fonte, e a justiça como torrente que não seca." E o profeta Isaías escreve: "De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? - diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros, de gorduras de bezerros. Não me agrada o sangue de vitelos, de cordeiros nem de bodes. Quando me viestes prestar culto, quem reclamou de vós semelhantes dons, ao pisardes o meu santuário? Não me ofereçais mais dons inúteis. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas."
Jesus retomou a palavra profética de Oseias: "Ide aprender, diz o Senhor, o que significa: 'Prefiro a misericórdia ao sacrifício'." Ele enfrentou profeticamente a casta sacerdotal e expulsou os vendilhões do Templo, tendo sido este acontecimento determinante para a sua condenação à morte na cruz, na sequência de uma coligação internacional - Jerusalém e Roma -, com interesses sacerdotais, económicos e políticos ameaçados.
Afinal, um Deus que precisasse de sacrifícios era um Deus pior do que os seres humanos, quando vivem uma humanidade boa e feliz. Que pai ou mãe quer que os filhos andem de joelhos ou de rastos diante deles e lhes ofereçam sacrifícios?
O sofrimento pelo sofrimento é inútil e deve-se combatê-lo, bem como às religiões doloristas que pregam o sofrimento como agradável a Deus e a via mais directa para o céu. Deus não precisa nem quer sacrifícios. Deus, que é amor, quer amor e justiça para todos, dando preferência aos marginalizados e aos pobres. Mas cá está. A prática do amor e da justiça, a contribuição real para uma sociedade boa e justa e mais feliz implicam capacidade de sacrificar-se. Agora, porém, é diferente: não se trata do sacrifício pelo sacrifício, mas das melhores causas da vida, que inevitavelmente
Magalhães Luís
Por exemplo, Sócrates podia, como lhe foi oferecido, ter feito um compromisso. Isso era, porém, contra a voz da consciência, e Sócrates não atraiçoou a sua mensagem e bebeu a cicuta.
Jesus não morreu para aplacar a ira divina ou porque Deus precisasse do sacrifício da sua morte, Rodrigo Mourão. O sacrifício pelo sacrifício é detestável e a morte não salva ninguém. O que se passa é que também Jesus, em vez de fugir ou optar por compromissos, foi consequente com a sua mensagem e deu testemunho, até ao fim, até à morte, da verdade e do amor, do Deus que não quer sacrifícios, mas misericórdia, defesa dos direitos humanos, fraternidade, liberdade, amor entre todos.
Quando se fala de nova evangelização, é disto que se trata: acreditar, com todas as consequências, no Evangelho enquanto notícia boa do Deus que é amor e que não tolera vítimas. De facto, é em nome do Deus que quer vítimas que nós próprios, pela guerra, mediante a exploração omnímoda e sem escrúpulos, continuamos a fazer vítimas. Deus, porém, o que quer é misericórdia. A paixão por Deus traduz-se por compaixão real e efectiva para com os homens e mulheres.
Por exemplo, Sócrates podia, como lhe foi oferecido, ter feito um compromisso. Isso era, porém, contra a voz da consciência, e Sócrates não atraiçoou a sua mensagem e bebeu a cicuta.
Jesus não morreu para aplacar a ira divina ou porque Deus precisasse do sacrifício da sua morte, Rodrigo Mourão. O sacrifício pelo sacrifício é detestável e a morte não salva ninguém. O que se passa é que também Jesus, em vez de fugir ou optar por compromissos, foi consequente com a sua mensagem e deu testemunho, até ao fim, até à morte, da verdade e do amor, do Deus que não quer sacrifícios, mas misericórdia, defesa dos direitos humanos, fraternidade, liberdade, amor entre todos.
Quando se fala de nova evangelização, é disto que se trata: acreditar, com todas as consequências, no Evangelho enquanto notícia boa do Deus que é amor e que não tolera vítimas. De facto, é em nome do Deus que quer vítimas que nós próprios, pela guerra, mediante a exploração omnímoda e sem escrúpulos, continuamos a fazer vítimas. Deus, porém, o que quer é misericórdia. A paixão por Deus traduz-se por compaixão real e efectiva para com os homens e mulheres.
Magalhães Luís
Este é o meu pensamento como cristão. Quando mencionar cristão, defina se se refere a um conservador ou a um liberal. Nem todos os cristãos são iguais na sua teologia.
Este é o meu pensamento como cristão. Quando mencionar cristão, defina se se refere a um conservador ou a um liberal. Nem todos os cristãos são iguais na sua teologia.
Veja-se o que se diz no Credo: "Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Por ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus." Pergunta-se: e entre o nascimento e a morte na cruz, o que se passou? Não aconteceu nada? Ele não fez nada?
Este é que pode ser e tem sido o grande esquecimento. Tudo começou em São Paulo, que não tinha conhecido o Jesus histórico e, assim, só contactou com o Jesus glorificado, o Senhor, o Kyrios. Foi este Jesus Kyrios (Senhor) que ocupou o centro no quadro de interesses imperiais, como é sabido desde Constantino, e que acabou por legitimar poderes, domínios, guerras, uma Igreja senhorial.
Pensou-se então que bastava prestar-lhe culto -missas, procissões, adorações ao Santíssimo... -, sem a exigência de segui-lo no seu Evangelho do Reinado de Deus, no que ele quis e fez com os pecadores, as mulheres, os estrangeiros, na relação com o dinheiro, com a política, os pobres, Deus e a religião. O cristão não precisaria de converterse.
Há um texto terrível do filósofo agnóstico Max Horkheimer, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt: "Jesus morreu pelos homens, não podia guardar-se para si próprio avaramente e pertencia a tudo o que sofre. Os Padres da Igreja fizeram disso uma religião, isto é, fizeram uma religião, que também para o mal (moral) era uma consolação. Desde então isso teve um êxito tal no mundo que pensar em Jesus nada tem a ver com a acção e ainda menos com os que sofrem. Quem lê o Evangelho e não vê que Jesus morreu contra os seus actuais representantes não sabe ler."
Este é que pode ser e tem sido o grande esquecimento. Tudo começou em São Paulo, que não tinha conhecido o Jesus histórico e, assim, só contactou com o Jesus glorificado, o Senhor, o Kyrios. Foi este Jesus Kyrios (Senhor) que ocupou o centro no quadro de interesses imperiais, como é sabido desde Constantino, e que acabou por legitimar poderes, domínios, guerras, uma Igreja senhorial.
Pensou-se então que bastava prestar-lhe culto -missas, procissões, adorações ao Santíssimo... -, sem a exigência de segui-lo no seu Evangelho do Reinado de Deus, no que ele quis e fez com os pecadores, as mulheres, os estrangeiros, na relação com o dinheiro, com a política, os pobres, Deus e a religião. O cristão não precisaria de converterse.
Há um texto terrível do filósofo agnóstico Max Horkheimer, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt: "Jesus morreu pelos homens, não podia guardar-se para si próprio avaramente e pertencia a tudo o que sofre. Os Padres da Igreja fizeram disso uma religião, isto é, fizeram uma religião, que também para o mal (moral) era uma consolação. Desde então isso teve um êxito tal no mundo que pensar em Jesus nada tem a ver com a acção e ainda menos com os que sofrem. Quem lê o Evangelho e não vê que Jesus morreu contra os seus actuais representantes não sabe ler."
Magalhães Luís
Jesus morreu como blasfemo religioso e subversivo social e político. Uma coligação de interesses religiosos e políticos de Jerusalém e Roma condenou-o à morte e morte de cruz, própria dos escravos.
Jesus morreu como blasfemo religioso e subversivo social e político. Uma coligação de interesses religiosos e políticos de Jerusalém e Roma condenou-o à morte e morte de cruz, própria dos escravos.
Magalhães Luís
Como escreve o historiador E. P. Sanders, professor em Oxford e Cambridge, "sabemos quem foi Jesus, o que fez, o que ensinou e porque morreu; e, talvez o mais importante, sabemos como inspirou os seus seguidores, que, por vezes, não o entenderam, mas que lhe foram tão fiéis que mudaram a História". "Em rigor, a ressurreição não faz parte da história do Jesus histórico, mas pertence ao resultado da sua vida."
Sem a convicção de fé dos discípulos de que ele é o Vivente em Deus, não haveria cristianismo. Só assim se entende a passagem do Jesus da história ao Cristo da fé, de tal modo que o seu nome agora é Jesus Cristo, Jesus em quem se acredita como o Cristo, o Messias e Filho de Deus.
Para os crentes, se Jesus não fosse o Cristo, não passava de mais um combatente bom pela Humanidade e um revolucionário crucificado. Há, porém, um outro perigo, mais subtil: o de se ficar apenas com o Cristo Senhor glorificado, esquecendo o Jesus histórico de Nazaré, e o que ele queria, e o que ele fez, numa mensagem e comportamento que o levaram à cruz.
Como escreve o historiador E. P. Sanders, professor em Oxford e Cambridge, "sabemos quem foi Jesus, o que fez, o que ensinou e porque morreu; e, talvez o mais importante, sabemos como inspirou os seus seguidores, que, por vezes, não o entenderam, mas que lhe foram tão fiéis que mudaram a História". "Em rigor, a ressurreição não faz parte da história do Jesus histórico, mas pertence ao resultado da sua vida."
Sem a convicção de fé dos discípulos de que ele é o Vivente em Deus, não haveria cristianismo. Só assim se entende a passagem do Jesus da história ao Cristo da fé, de tal modo que o seu nome agora é Jesus Cristo, Jesus em quem se acredita como o Cristo, o Messias e Filho de Deus.
Para os crentes, se Jesus não fosse o Cristo, não passava de mais um combatente bom pela Humanidade e um revolucionário crucificado. Há, porém, um outro perigo, mais subtil: o de se ficar apenas com o Cristo Senhor glorificado, esquecendo o Jesus histórico de Nazaré, e o que ele queria, e o que ele fez, numa mensagem e comportamento que o levaram à cruz.
"É preciso compreender é que Deus não impõe mandamentos arbitrários, pelo culto de si e para ser tiranicamente obedecido. É igualmente um erro pensar que os homens e as mulheres ofendem Deus directamente. Como pode um ser finito ofender Deus? Pelo menos segundo a compreensão do cristianismo, Deus não se revelou por causa dele e da sua glória, mas por causa dos seres humanos e da sua felicidade, de tal modo que só o que ofende os homens e as mulheres o pode ofender a ele."~ Fonte: jornal Diário de Notícias / 20090627
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