"Vivimos igual que soñamos: solos" (Joseph Conrad)
A caverna de José Saramago --> neste livro aprendi que os dedos tem cérebro!
“Rezar pela Igreja e pela salvação das almas”. Este é o lema da Ordem das Irmãs Carmelitas, que vivem reclusas num convento, localizado na cidade de São Leopoldo, no país irmão, no Brasil, bem próximo à famosa e culta Unisinos (*).

Os pedidos de oração ocorrem com frequência, também pelo sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, que encaminha as intenções para as irmãs. Fomos recebidas no locutório São João da Cruz pelas irmãs Maria Teresa do Amor Misericordioso (foto acima) e Maria Paula da Eucaristia, mulheres jovens que estão há cerca de 10 anos no convento. Elas contam que levam uma vida de silêncio, tendo reservadas duas horas de convívio por dia na hora do “recreio”.
A rotina no convento é marcada pela oração, especialmente pela Liturgia das Horas. “Até o papa reza e isso é lindo. Nós rezamos sete vezes por dia”, conta a Irmã Maria Paula. Sobre as notícias além dos muros do convento, as irmãs contam que sabem apenas o necessário, que é repassado pela madre. A irmã externa – que sai do convento para ir ao banco, mercado etc. – também segue isso à risca: ela não para em bancas de jornal e não comunica nada do que vê lá fora. Quando se depara com alguma situação relevante, primeiro repassa para a madre.
Ao longo do dia podemos ouvir os sinos tocando para anunciar que chega um novo momento de oração, em que elas se reúnem no intuito de levar paz e força aos que necessitam, sem citar nomes ou fatos específicos. “Estamos cada uma consciente dos pedidos que foram feitos. Nossa vida é de fé e sentimos junto a dor das pessoas que nos pedem orações. Quanto mais tempo ficamos aqui, mais sensível nos tornamos. Certas vezes não sabemos se a pessoa melhorou ou não e continuamos orando”, relatam.
“Não fostes vós que Me escolheste, mas fui Eu que vos escolhi, para que vá e produza fruto, e que o vosso fruto permaneça” (João 15,16).
“Não fostes vós que Me escolheste, mas fui Eu que vos escolhi, para que vá e produza fruto, e que o vosso fruto permaneça” (João 15,16).

Uma vida de alegria e paz, mas nem sempre foi assim. Com a Irmã Maria Teresa do Amor Misericordioso foi um pouco diferente. A partir dos 14 anos, ela entrou em grupos da igreja e iniciou a catequese para fazer a Comunhão. Foi até o Carmelo para conhecer o estilo de vida das Irmãs e se identificou com elas, visitando-as duas vezes por mês. Sua família não era católica, não participava da igreja. Sua mãe não havia sido batizada, nem alguns de seus familiares. No início foi difícil para a família aceitar sua decisão. Também foi difícil para ela abandonar seus pais, mas persistiu com a vontade. “É um chamado interior. Por mais que seja difícil, a gente precisa seguir adiante”, afirma. Após anos dentro do Carmelo, Maria Teresa pôde ver sua família também iniciar uma vida religiosa.
“Nossa vida foi querida por Deus, através de Santa Teresa, para a Igreja e pela Igreja. Estamos muito felizes aqui. Quando Ele chama, não podemos dizer não, não tem como resistir ao chamado de Deus”, testemunham as irmãs.
Por Luana Taís Nyland e Natália ScholzFotos: Natalia Scholz | Fonte:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Shalom! Welcome to CAV Reformed Theology
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.